Categoria Tragédia  Noticia Atualizada em 16-01-2009

Hamas propõe cessar-fogo de um ano a Israel, diz agência
Número 2 do movimento disse que proposta foi feita em reunião no Cairo. Em troca da trégua, Hamas pede saída das tropas israelenses.
Hamas propõe cessar-fogo de um ano a Israel, diz agência
Foto: Mohammed Abed/AFP

O movimento palestino Hamas propôs um cessar-fogo de um ano com Israel, em troca da retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza e da suspensão do bloqueio imposto ao território, disse à agência France Presse o número dois do gabinete político do Hamas, Musa Abu Marzuk.

Ele declarou que a oferta foi formulada por uma delegação do movimento às autoridades egípcias em uma reunião realizada no Cairo e que agora o Hamas espera por uma resposta de Israel.

Indagado se o movimento islâmico havia proposto um cessar-fogo de um ano, com possibilidade de renovação, Abu Marzuk respondeu: "foi o que propusemos".

Ataques

Nesta quinta-feira (15), o Exército de Israel anunciou que matou Said Siam, ministro do Interior do Hamas, durante ataque no norte da Cidade de Gaza. O Hamas, por meio de seu canal de TV em Beirute, no Líbano, confirmou a baixa e prometeu vingança.

Said, um dos principais líderes do movimento islâmico que controla a Faixa de Gaza, estava em um prédio de três andares que foi destruído num bombardeio, segundo testemunhas.

Israel disse que tratou-se de uma operação conjunta do Exército com o Shin Beth (serviço israelense de segurança). O irmão do líder do Hamas, Iyad Siam, e uma terceira pessoa também morreram.

Foi o segundo líder importante morto por Israel durante a ofensiva. Em 1º de janeiro, Nizar Rayyan foi morto durante ataque aéreo ao campo de refugiados de Jabalia.

Cerco à Cidade de Gaza
Israel fez pesados ataques por ar e por terra à Cidade de Gaza nesta quinta-feira, 20º dia da ofensiva. Um prédio de uma agência da ONU, um edifício que reunia redações da imprensa internacional e um hospital foram bombardeados.

O premiê de Israel, Ehud Olmert, disse que o ataque à sede de uma agência da ONU ocorreu em reação a disparos de atirados palestinos feitos de dentro do prédio.

Três funcionários da agência ficaram feridos. Segundo um funcionário, os armazéns do complexo pegaram fogo, e toneladas de ajuda humanitária foram destruídas.

"É absolutamente verdade que nós fomos atacados a partir daquele lugar", disse Olmert na TV isralense. "Mas as consequências foram muito tristes, e eu peço desculpas."

Uma explosão atingiu um bloco de edifícios que abriga as sucursais de várias organizações de mídia árabes e ocidentais, inclusive da agência Reuters. Dois cinegrafistas palestinos de um canal de Abu Dhabi ficaram feridos, segundo testemunhas.



Jornalistas da Reuters disseram que a explosão, provocada por um projétil israelense, ocorreu no 13º andar da torre Al-Shurouq Tower, no bairro de mesmo nome. Os jornalistas deixaram o prédio depois do ataque.

O andar atingido abriga uma TV local. O escritório da Reuters fica um andar abaixo. O prédio abriga ainda a rede de TV americana Fox, a britânica Sky News, a luxemburguesa RTL e as árabes Al Arabiya e MBC.

Um hospital da cidade, do Crescente Vermelho (versão islâmica da Cruz Vermelha), também pegou fogo após um ataque israelense, segundo testemunhas e responsáveis pelo centro médico. Pelo menos quatro disparos de artilharia atingiram o prédio. Não há informações sobre vítimas.

"Ocorreram várias explosões nos prédios do hospital, em onde em uma das paredes há um grande buraco. Há muita confusão", disse à agência Efe a voluntária australiana Sharon Locke, do interior do centro hospitalar.

"Algumas pessoas trataram de escapar e outras de entrar no hospital e buscar refúgio", explicou Locke, especificando que um dos projéteis alcançou o edifício onde se armazenavam os remédios, destruídos pelo fogo.

"Não sabemos qual é a situação dos 500 pacientes, enfermeiras e pessoal médico", disse o diretor do hospital, Omer El-Azayza, de fora do complexo hospitalar.

Instalações da ONU já haviam sido atingidas por fogo israelense durante a ofensiva. Em 6 de janeiro, ataques a escolas mataram mais de 40. Dois dias depois, um comboio humanitário foi atacado.

Hamas propõe cessar-fogo de um ano a Israel, diz agência
Número 2 do movimento disse que proposta foi feita em reunião no Cairo.
Em troca da trégua, Hamas pede saída das tropas israelenses.



Fonte:

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Por:  Renata Brumana    |      Imprimir