Categoria Geral  Noticia Atualizada em 23-01-2009

Brasil oferece logística para libertação de reféns das Farc
A senadora colombiana Piedad Cordoba
Brasil oferece logística para libertação de reféns das Farc
Foto: AFP

BOGOTÁ (AFP) — O governo brasileiro se encarregará dos meios logísticos para a libertação, em data não precisada, de seis reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), informou nesta sexta-feira o embaixador em Bogotá, Valdemar Carneiro.
"Vamos oferecer para esta operação os meios estratégicos, mas é uma operação que está sendo feita sob a responsabilidade da Cruz Vermelha Internacional", disse Valdemar Carneiro à imprensa.

As Farc anunciaram em dezembro a libertação de seis reféns, entre eles dois políticos, em um gesto unilateral.

O diplomata acrescentou que "quando fomos solicitados (para dar apoio) dissemos à Cruz Vermelha que sim, desde que o governo colombiano desse seu consentimento prévio".

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) assinalou em comunicado divulgado em Bogotá, que a escolha do Brasil foi considerada "por sua proximidade geográfica e pelas facilidades que poderá fornecer a esse proceso".

O embaixador Carneiro enfatizou que o oferecimento não significa que o Brasil assumirá o papel de garante internacional exigido pela guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), para a entrega dos seis reféns.

"Estamos falando, essencialmente, de fornecer os meios logísticos e isso se refere a helicópteros", assinalou Carneiro.

"O governo do Brasil serviria de suporte em aspectos como a habilitação das aeronaves necessárias para resgatar o ex-governador Alan Jara, o ex-deputado do Valle Sigifredo López, assim como três policiais e um soldado que seriam liberados", afirma o jornal El Tiempo.

A senadora Piedad Córdoba, a quem a guerrilha anunciou que entregará os reféns, havia afirmado recentemente à AFP que não podia confirmar nem desmentir a notícia.

No dia 21 de dezembro, as Farc anunciaram a libertação unilateral dos políticos Alan Jara e Sigifredo López, de três policiais e um militar que integram o grupo de 28 sequestrados que a guerrilha pretende trocar por 500 militantes presos.

No início de janeiro, os rebeldes exigiram a presença de um avalista internacional na comitiva que receberia os reféns.

O presidente Alvaro Uribe chegou a pedir ao Vaticano que nomeasse um delegado, mas Córdoba lembrou que as Farc já vetaram no passado a participação da Igreja Católica nas negociações de paz.

O anúncio foi recebido com satisfação entre promotores da libertação de reféns e familiares deles. "É uma boa notícia, esperamos que isto contribua para acelerar a entrega", disse à imprensa María Teresa de Mendieta, esposa de um oficial da polícia seqüestrado.

"Significa um avanço", destacou monsenhor Fabián Marulanda, secretário da Conferência Episcopal Colombiana.

A libertação dos reféns se realizaria, segundo as FARC, em duas etapas em sítios ainda não precisados da Colômbia.

Segundo a imprensa local, a entrega poderia acontecer em algum dos quatro departamentos colombianos que fazem fronteira com o Brasil. Os dois países compartilham uma linha limítrofe de 1.645 km.

Brasil oferece logística para libertação de reféns das Farc.

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Embaixador brasileiro confirma ajuda logística para libertar reféns das Farc

(atualiza com comunicado da Cruz Vermelha)

Bogotá, 23 jan (EFE).- O embaixador brasileiro na Colômbia, Valdemar Carneiro Leão Neto, confirmou hoje em Bogotá que o Brasil fornecerá os meios logísticos para receber os seis reféns que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) se propuseram a pôr em liberdade.

"Vamos brindar à operação os meios logísticos, mas é uma operação feita sob a responsabilidade da Cruz Vermelha (internacional)", disse o diplomata à imprensa na Casa de Nariño, sede do Executivo em Bogotá.

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) informou separadamente que o "Brasil está disposto a colocar à disposição da instituição a logística necessária para a libertação".

"O CICV manteve um diálogo com alguns países da região sobre as capacidades e disponibilidades logísticas para realizar a missão", informou a delegação do organismo em comunicado divulgado pelo porta-voz na Colômbia, Yves Heller.

Leão Neto afirmou que a colaboração brasileira com a missão humanitária foi solicitada pela Cruz Vermelha.

"Dissemos à Cruz Vermelha que sim, sempre que o Governo (colombiano) desse seu consentimento prévio", afirmou o diplomata, que foi à Casa de Nariño para a habitual saudação de começo de ano do presidente Álvaro Uribe ao corpo diplomático credenciado na Colômbia.

"Sempre manifestamos nosso interesse em ajudar", ressaltou o embaixador brasileiro, que esclareceu que a participação do Brasil não vai além de fornecer os meios logísticos necessários, que basicamente serão dois helicópteros. EFE


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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir