Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 26-01-2009

CONVENHAMOS
Nessa semana travei uma conversa frutífera com um amigo sentado num bar, perto do Porto da Barra
CONVENHAMOS
Trapiche dos Soares
Coleção Pessoal de Ivilisi S. Azevedo

Nessa semana travei uma conversa frutífera com um amigo sentado num bar, perto do Porto da Barra. Fui por pura saudade de um tempo que não volta mais. Mas não é isso o assunto. Ele me disse: Zé, você fala que o turismo se resume a aquela cantilena de sempre. Mas o que fazer para mudar essa situação. Na nossa longa conversa vou reproduzir alguns aspectos que poderia contribuir para essa mudança.

Estava diante de um potencial que nunca foi explorada turisticamente: o Porto da Barra junto com o seu patrimônio histórico do Trapiche e Casarão do Soares. Fora a recuperação que está a muito em andamento, o porto em si merece uma urbanização, uma bela iluminação e quiosques dentro do padrão para se tornar um atrativo a mais para a região. Nada de fabulas de dinheiro, criatividade e pronto. Complementando, temos uma ilha chamada de Itaputera próximo a costa e não é devidamente explorada. O espigão, que foi uma agressão ao fluxo normal do Rio Itapemirim, poderia receber uma melhor estrutura para que os turistas pudessem caminhar em suas pedras irregulares. Uns postes de luz e seria a réplica do píer de Marataízes. Mais adiante temos a Ilha Branca ou dos Ovos, que recebe visitantes ilustres todos os anos: as andorinhas marítimas vêm depositar seus ovos vindos da Patagônia. O local é protegido por lei, mas turismo de observação caberia dentro de um planejamento legal.

Outro aspecto lamentável é não aproveitar passeios no Rio Itapemirim. Em condições favoráveis de maré é navegável até a Vila do Itapemirim e o passeio é muito bonito. Sem falar na recuperação do Canal do Pinto, que foi construído para ligar o Rio Itapemirim aos municípios de Rio Novo, Iconha e Alfredo Chaves, trazendo produtos agrícolas para serem depositados no Trapiche. Seu percurso era de 34 km. Um pequeno trecho ainda pode ser realizado de canoa. É lindo. Tempos atrás levei um amigo do Rio de Janeiro na comunidade pesqueira do Pontal. Pois bem, ele ficou encantado com as mulheres remendando as redes dos meus companheiros. Depois, ficou estarrecido com a rapidez das senhoras limpando o camarão. Perguntou-me se aquelas coisas não faziam parte de um roteiro turístico. Negativei.

Esses aspectos já foram discutidos entre os nativos. Nós que amamos e conhecemos o antigo Itapemirim e agora a nossa Marataízes. Minha conversa com meu amigo ainda não saiu do campo de ação dos meus olhos. O Rio Itapemirim segue manso e calmo. Depois continuo. Mas convenhamos, trio elétrico é mais prático, Né?


    Fonte: O Autor
 
Por:  José Rubens Brumana    |      Imprimir