Categoria Geral  Noticia Atualizada em 27-01-2009

Passeata abre Fórum Social Mundial em Belém
Caminhada abriu o primeiro dia do Fórum Social Mundial.
Passeata abre Fórum Social Mundial em Belém
Foto: Eduardo Bresciani/G1

Eduardo Bresciani

Milhares de pessoas de diversas partes do Brasil e do mundo participaram nesta terça-feira (27) da passeata de abertura do Fórum Social Mundial em Belém (PA), que vai até o dia 1° de fevereiro. Representantes de movimentos sociais dos mais variados caminharam cerca de quatro quilômetros pelas Avenidas Presidente Vargas e Nazaré debaixo da tradicional chuva do fim de tarde paraense.

O trânsito perto das avenidas onde se realizou a marcha ficou bastante complicado nesta tarde. Ruas lotadas, de carros e de pedestres, fizeram os trajetos dentro do perímetro urbano demorar duas ou até três vezes mais do que o normal, segundo os motoristas.

Ainda não há estatísticas oficiais sobre o público presente. Apesar de a organização ainda não ter feito sua estimativa, o locutor dos shows indígenas que encerram a passeata chegou a anunciar que 100 mil pessoas acompanharam a caminhada. Segundo o Corpo de Bombeiros, foram cerca de 30 mil pessoas na marcha.

Um dos presentes é o índio Bep Nho Roti, da etnia xcrim. Depois de 10 horas de ônibus desde sua aldeia, ele posou para fotos com turistas e disse estar muito feliz com o intercambio com outras culturas. "É a primeira vez que venho e achei muito legal o clima."

Também novato no fórum, o paraense Adenilson Araújo milita há um ano em movimentos sociais em defesa da reforma agrária. Ele espera que o Fórum leve a visão do desenvolvimento sustentável para o mundo todo. "Precisamos discutir o desenvolvimento com o meio ambiente, com a não-derrubada da floresta e a sustentabilidade para todos, não só para a Amazônia."

Sonia Cristina de Lima Ferreira é mais experiente. Com 20 anos de movimento social e em seu terceiro Fórum, ela encampa a bandeira do movimento negro. Uma das representantes do Amapá no evento, Sonia quer que a discussão de uma política para os negros da Amazônia.

"Só se discute política para os negros no centro-sul do Brasil. Na Amazônia nós somos vistos como os índios, mas queremos também políticas públicas para nós, para os negros da Amazônia", cobra.

A militante vê no Fórum uma evolução dos movimentos sociais. "A gente não bate mais lata na rua, discutimos idéias. Agora nós sentamos, discutimos e negociamos."

Passeata abre Fórum Social Mundial em Belém
Não há número oficial de presentes, mas bombeiros falam em 30 mil.
Trânsito ficou complicado na cidade.

Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir