Categoria Politica  Noticia Atualizada em 20-03-2009

Crise prejudica avaliação do governo Lula

Crise prejudica avaliação do governo Lula
Foto: www.maratimba.com

Por Raymond Colitt
BRASÍLIA (Reuters) - A crise financeira global, que provocou uma desaceleração da economia brasileira, alcançou a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Seus índices de aprovação foram prejudicados pela primeira vez em quase dois anos, revelaram duas pesquisas de opinião divulgadas nesta sexta-feira.

Lula continua o presidente mais popular da história recente do Brasil, mas a piora na economia pode minar sua habilidade de emplacar a chefe da Casa Civil, a ministra Dilma Rousseff, como sua sucessora na eleição de 2010.

Após o apelido de "teflon" por sair ileso dos diversos escândalos de corrupção que envolveram alguns de seus assessores mais próximos, Lula viu sua taxa de aprovação cair de 84 para 78 por cento em dezembro, segundo a pesquisa CNI/Ibope. Foi a maior queda desde abril de 2007, quando a redução também foi de 6 pontos percentuais.

"É uma grande queda em apenas três meses, mesmo que de um nível recorde", disse Amaury Teixeira, diretor-executivo de uma consultoria que analisa os resultados do levantamento.
A avaliação positiva do governo (ótima ou boa) caiu para 64 por cento em março, depois do recorde de 73 por cento em dezembro.
Separadamente, pequisa feita pelo Datafolha apurou uma queda de 5 pontos percentuais da aprovação de Lula em relação a novembro, para 65 por cento.

A insatisfação com o crescimento da taxa de desemprego foi a principal razão da baixa na popularidade de Lula, apontaram os dois institutos.

"Uma coisa que se destaca na pesquisa e causa ansiedade na sociedade é o desemprego", afirmou Marco Antonio Guarita, diretor da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A maioria dos brasileiros reprovou as políticas do governo voltadas para o mercado de trabalho pela primeira vez desde dezembro de 2007, demonstrou o levantamento.

O desemprego é visto como o principal problema do país, mais do que saúde e segurança pública, também de acordo com o Datafolha. O percentual das pessoas que esperam aumento do desemprego saltou de 44 para 59 por cento.

O Brasil fechou quase 800 mil postos de emprego formal entre novembro e janeiro por causa da crise internacional.


ELEIÇíO DE 2010

Se a economia não arremeter ainda neste ano, Dilma, a potencial escolhida de Lula para disputar a Presidência da República pelo PT, pode ver suas chances na eleição diminuírem, acreditam analistas.
As intenções de voto na ministra cresceram de 8 para 11 por cento, avaliou o Datafolha. Mas ela ainda está a 30 pontos percentuais do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), o candidato da oposição mais forte nas pesquisas. As intenções de voto de Serra permaneceram em 41 por cento.

Para reduzir a diferença, Dilma reforçou a campanha nos últimos meses inaugurando obras públicas ao lado de Lula e participando do Carnaval do Recife.

O deputado Ciro Gomes (PSB-CE), que faz parte da base aliada do Executivo no Congresso e foi ministro no primeiro mandato de Lula, ainda tem um desempenho melhor do que Dilma. Obteve 16 por cento da preferência dos consultados pelo Datafolha, um ponto a mais em relação ao levantamento de novembro. A ex-senadora Heloísa Helena (PSOL) conquistou 11 por cento.

Se o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), concorresse ao Planalto no lugar de Serra, a liderança na corrida presidencial passaria para Ciro Gomes (25 por cento). Heloísa Helena e Aécio viriam em seguida, com 17 por cento cada. Dilma ficaria com 12 por cento.
Em outro cenário, com Aécio disputando juntamente com Serra, o governador paulista manteria a liderança, com 35 por cento. Heloísa Helena teria 14 por cento, ante 12 por cento do governador de Minas Gerais e 11 por cento de Dilma.

O Datafolha ouviu 11.204 pessoas entre os dias 16 e 19 deste mês. A pesquisa CNI/Ibope consultou 2.002 pessoas de 11 a 15 de março.

As duas pesquisas têm margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
(Com reportagem adicional de Fabio Murakawa; Texto de Fernando Exman.

Crise prejudica avaliação do governo Lula

Fonte: Abril.coms
 
Por:  Robson Souza Santos    |      Imprimir