Categoria Politica  Noticia Atualizada em 25-03-2009

Obama destaca força da economia americana e pede paciência
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, destacou nesta terça-feira a força da economia americana e do dólar
Obama destaca força da economia americana e pede paciência
Foto: http://presidenciais2008.files.wordpress.com

WASHINGTON, EUA, 24 Mar 2009 (AFP) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, destacou nesta terça-feira a força da economia americana e do dólar, mas pediu "paciência" ao povo diante da crise, durante entrevista coletiva na Casa Branca, na qual também argumentou que o enorme orçamento apresentado é vital para assegurar a reativação.

"Sobre a confiança na economia americana e no dólar, lembro que o dólar está extraordinariamente forte neste momento", disse Obama aos jornalistas. "E a razão pela qual o dólar está forte neste momento é que os investidores consideram que os Estados Unidos têm a economia mais forte do mundo, com o sistema político mais estável do mundo".

Neste contexto, Obama rejeitou a adoção de uma nova moeda mundial para substituir o dólar, como propôs o Banco Central da China: "Não acredito na necessidade de uma nova moeda global".

Ao revelar que seu governo desenha uma estratégia em "todas as frentes" para enfrentar a crise, Obama pediu paciência ao povo americano.

"É uma estratégia para criar empregos, para ajudar os mutuários que são responsáveis, para reativar o crédito e para fazer nossa economia crescer a longo prazo. E já estamos vendo sinais de progresso (...) Vamos nos recuperar dessa recessão, mas levará tempo e precisamos ter paciência".

Obama destacou que seu orçamento de 3,55 trilhões de dólares, que foi criticado pelos republicanos, que o consideram muito caro, criará empregos para desenvolver energia limpa, promoverá uma força de trabalho altamente qualificada e um sistema de saúde acessível.

"É por isso que esse orçamento é inseparável da recuperação, porque estabelece os fundamentos de uma prosperidade segura e duradoura".

O presidente disse ainda que acredita no "forte apoio" da população e do Congresso ao seu pedido de novos poderes para regular as instituições financeiras afetadas pela crise.

"Penso que haverá um forte apoio do povo americano e do Congresso para termos esta autoridade".

O secretário do Tesouro, Timothy Geithner, e o presidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, defenderam nesta terça-feira a criação de uma autoridade reguladora do mercado financeiro "dotada de poder de liquidação que permita ao governo federal contar com as ferramentas de que necessita para desmantelar uma instituição do tamanho e da complexidade de uma AIG".

O presidente renovou seu compromisso de reduzir os gastos com programas de armamentos, mas destacou que enfrentar as empresas da área de Defesa será um "duro" desafio político.

Obama lembrou que existe um amplo acordo entre os partidos políticos de que houve esbanjamento no passado no gasto com armamentos, mas destacou que as companhias da área de Defesa têm grande influência no Congresso e geram empregos por todo o país.

O presidente revelou que o governo já identificou como poupar 40 bilhões de dólares na área e que, ao lado do secretário da Defesa, Robert Gates, analisará como efetivar esta redução de custos.

Ao falar sobre a questão climática, Barack Obama estimou que o estabelecimento de um mercado de direitos de emissões de gases do efeito estufa é a "melhor maneira" para combater o aquecimento global.

Obama, que já havia declarado seu apoio a idéia dos "créditos de carbono", em vigor na União Européia, disse que "os direitos de emissões contaminantes são a melhor maneira de se chegar (...) a uma nova era da energia".

"Isto nos permite começar a fixar um preço pela contaminação que é enviada à atmosfera (...) mas deve ocorrer de maneira que proteja os consumidores de aumentos excessivos no preço da eletricidade...".

"Vamos abandonar as fontes de energia contaminantes e procurar fontes de energia limpas. É um motor essencial para o crescimento econômico".

Obama prometeu se esforçar mais em busca da paz entre israelenses e palestinos, e para melhorar as relações com o Irã.

O presidente admitiu que o novo governo de Israel não tornará "mais simples" a paz com os palestinos, mas reafirmou seu compromisso de tentar acabar com um conflito na região que já dura mais de 60 anos.

"Não ficará mais simples do que era, mas penso que é igualmente necessária" a paz entre israelenses e palestinos.

Obama destacou que o governo israelense ainda não está totalmente formado e que ignora qual será a orientação dos palestinos no futuro.

"O que posso dizer é que levamos muito a sério esta questão e que tentaremos conduzir as duas partes em uma direção que contemple a realidade. Sobre a eficácia das negociações, será preciso esperar para ver".

Sobre o Irã, Obama revelou que espera um "progresso firme" na solução das disputas com Teerã, após sua inédita mensagem dirigida na semana passada ao povo e aos líderes da República Islâmica.

"Algumas pessoas disseram: eles não responderam de imediato que eliminarão suas armas nucleares ou suspenderão seu financiamento ao terrorismo. Bom, não esperávamos isto, mas esperamos obter um progresso firme nesta frente".

Em sua mensagem aos iranianos, por ocasião do Ano Novo persa, Obama pediu o fim de três décadas de tensão bilateral.

Obama destaca força da economia americana e pede paciência contra crise

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir