Categoria Economia  Noticia Atualizada em 02-04-2009

Confiança do consumidor recua ao patamar de setembro de 2005
Preocupação com o emprego é a pior desde novembro de 2001, diz CNI.
Confiança do consumidor recua ao patamar de setembro de 2005
Foto: http://www.lideres.org.br

Alexandro Martello

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou nesta quinta-feira (2) que o Índice Nacional de Expectativado Consumidor (INEC) somou 106,3 pontos em março deste ano, com recuo de 3,2% frente ao nível registrado em dezembro do ano passado (109,8 pontos). Este é o segundo trimestre consecutivo de queda. Na comparação com o mesmo período de 2008, o recuo foi mais forte: de 4,8%.

Segundo a entidade, o patamar registrado em março deste ano é mais baixo desde setembro de 2005. O INEC é divulgado trimestralmente pela CNI com base em pesquisas de opinião. Em março deste ano, o levamentamento foi feito com 2002 pessoas de todo o Brasil entre os dias 11 e 15, informou a entidade.

O pico da série histórica do INEC, informou a Confederação Nacional da Indústria, foi registrado no terceiro trimestre do ano passado, quando ficou em 115,6 pontos. Desde então, a diminuição acumulada do índice é de 8,1%.

"A queda INEC pelo segundo trimestre consecuivo mostrou que o consumidor brasileiro ajustou suas expectativas em linha com o agravamento do quadro de crise da economia mundia e seus impactos no Brasil. É um reconhecimento de que as dificuldades atingiram a nossa economia", avaliou o economista da CNI, Flávio Castelo Branco.

Segundo a CNI, aumentou o pessimismo e o nível de endividamento dos consumidores em março, o que se refletiu nas expectativas de compra de "bens de maior valor" por parte da população. O indicador que mede a perspectiva de novas compras recuou para 108,5 pontos em março deste ano, com "queda signficativa" de 6% contra dezembro (115,4 pontos). É o valor mais baixo desde março do ano passado, quando somou 104,8 ponto.
Emprego

Com relação às expectativas de emprego, a população se mostrou mais preocupada ainda. O índice registrado em março deste ano, de 101,2 pontos, é pior desde novembro de 2001. Em dezembro de 2008, o indicador estava em 105,2 pontos, e, em março do ano passado, em 126,2 pontos. Neste caso, quanto mais baixo o número, pior é a expectativa. Contra dezembro do ano passado, o indicador caiu 4,2%, mas, contra março de 2008, o recuo foi bem mais expressivo: 19,8%. Segundo a CNI, o resultado é explicado pela "forte queda na atividade econômica e os recorrentes anúncios de demisões".
Renda

O índice de expectativa com relação à própria renda também piorou frente a dezembro, somando 110,9 pontos com recuo de 1,3% frente a dezembro (112,4 pontos). É o a segunda queda consecutiva, uma vez que o indicador estava em 115 pontos em setembro do ano passado. O índice de março deste ano é o mais baixo desde junho do ano passado.

"A despeito do novo recuo, contudo, o índice permanece bem acima de sua média histórica. Mesmo com o aumento da desconfiança acerca da economia brasileira, os consumidores continuam a exibir certo otimismo no tocante a sua renda", informou a CNI em nota à imprensa.
Situação financeira e inadimplência

A situação financeira dos consumidores voltou a piorar, acrescentou a CNI. O índice de evolução da situação financeira somou 108,7 pontos em março deste ano, com queda de 3,9% na comparação com dezembro de 2008 (113,2 ponto). É o mais baixo desde junho de 2007.

Já o índice de endividamento dos consumidores somou 101,1 pontos em março deste ano, com queda de 2,7% na comparação com dezembro (103,8 pontos). Segundo a CNI, a queda do indicador "denota aumento no endividamento dos consumidores". É o pior indicador desde março de 2006.

Confiança do consumidor recua ao patamar de setembro de 2005, diz CNI
Segundo entidade, isso se deve aos reflexos da crise sobre o Brasil.
Preocupação com o emprego é a pior desde novembro de 2001, diz CNI.

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir