Categoria Geral  Noticia Atualizada em 04-04-2009

Até 5 mil soldados no Afeganistão garante OTAN
Obama afirmou, ao chegar a Estrasburgo ontem, que a Europa não deveria esperar dos Estados Unidos o combate sozinho ao Taleban
Até 5 mil soldados no Afeganistão garante OTAN
Foto: Le Monde

A Casa Branca disse que os países aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) comprometeram-se em aumentar em até 5 mil o número de soldados presentes no Afeganistão, uma demanda do presidente norte-americano, Barack Obama, apresentada durante a reunião de cúpula da aliança, que marca os 60 anos da organização.

Durante o início dos trabalhos hoje, França e Alemanha endossaram completamente a nova estratégia do presidente norte-americano de guerra no Afeganistão, mas deram demonstrações de que continuam resistindo às demandas dos Estados Unidos de aumento das tropas de combate na região.

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Entretanto, o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, disse que o Reino Unido enviará 900 soldados a mais; a Alemanha, outros 600; e a Espanha mais 600. A Itália e a França também se comprometeram a enviar mais soldados, afirmou o porta-voz. As tropas adicionais ajudarão a treinar a Polícia Nacional do Afeganistão e garantir a segurança durante as eleições no país.

NOVOS MEMBROS - Durante a reunião, além de pedir o apoio para seu novo plano de guerra no Afeganistão, Obama disse que a aliança deveria permanecer aberta para a entrada de novos membros, assunto que pode enfrentar oposição de outros países do grupo. Alemanha, França e muitos outros membros da Otan acreditam que uma expansão mais ao leste irá prejudicar a relação com a Rússia, cujos laços foram rompidos após a invasão da Geórgia no ano passado.

A primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, e outros lideres da Otan atravessaram juntos a Ponte Europa sobre o Rio Reno, que separa a Alemanha e a França, em um momento simbólico de união das Nações antes do início da reunião. Os líderes encontraram o presidente da França, Nicolas Sarkozy, no meio da ponte. Merkel e Sarkozy são os anfitriões do encontro que se reveza entre Baden-Baden, na Alemanha, e Estrasburgo, na França.

A capacidade de a Otan de ser bem-sucedida no Afeganistão está sendo vista como um teste fundamental de poder e relevância da aliança fundada para contrabalançar o poder da União Soviética. Líderes europeus estão céticos sobre se o envio de mais tropas ao Afeganistão será capaz de estabilizar o país, devastado por décadas de guerra.

Obama aproveitou o momento para dar as boas vindas à Albânia e à Croácia à aliança, acrescentando esperar que também a Macedônia seja um membro do grupo. A ascensão da Macedônia à Otan foi bloqueada em meio a uma disputa que o país mantém com a Grécia. Obama afirmou ainda que a porta está aberta para países que estão dentro dos padrões da Otan e podem oferecer contribuição significante à segurança dos aliados. Ele não especificou se os futuros membros poderiam ser países da ex-União Soviética, o que desagrada à Rússia.

APOIO AOS EUA - Mas o Afeganistão permaneceu no foco central do encontro. Sarkozy e Merkel novamente destacaram seu apoio à nova estratégia dos EUA no Afeganistão. "Não podemos correr o risco de perder", disse Sarkozy ao abrir a reunião, "porque lá (no Afeganistão), parte da liberdade do mundo está ameaçada". Merkel disse que o Afeganistão era um "teste" para a aliança. "Nós confiamos nele (Obama)", disse Sarkozy.

Entretanto, Merkel e Sarkozy ressaltaram a necessidade de que as forças e o governo no Afeganistão assumam maior responsabilidade nos problemas que atingem o país. Ambos não deram sinais de estarem preparados para enviar mais tropas e defendem que a ajuda à população civil e o treinamento da polícia são o que o Afeganistão necessitam. "O que precisamos é compreender que o Afeganistão é um caso que serve de referência para todos nós", afirmou Merkel. "Precisamos promover a afeganização".

Ontem, durante a abertura do encontro, Obama prometeu reconstruir as relações com a Europa e pediu apoio para sua nova estratégia, que prevê aumento de 21 mil soldados norte-americanos ao contingente de 38 mil soldados que os Estados Unidos mantêm no Afeganistão. Obama afirmou, ao chegar a Estrasburgo ontem, que a Europa não deveria esperar dos Estados Unidos o combate sozinho ao Taleban. "Este é um problema de todos", afirmou Obama. "E exige uma esforço conjunto". A aliança oficialmente reconheceu o retorno total da França aos conselhos militares da Otan. As informações são da Associated Press.

O presidente norte-americano, Barack Obama, na reunião da Otan
Foto: Le Monde

Otan enviará até 5 mil soldados ao Afeganistão. Obama afirmou, ao chegar a Estrasburgo ontem, que a Europa não deveria esperar dos Estados Unidos o combate sozinho ao Taleban

Fonte: AP
 
Por:  Adriano Costa Pereira    |      Imprimir