Categoria Geral  Noticia Atualizada em 05-04-2009

"Como chocolate sem vontade", diz gerente de fábrica de ovos
Marco Troli trabalha com chocolates há 35 anos.

Foto: www.g1.com.br

Marco Antônio Troli tem o que muitos chamariam de "o emprego dos sonhos". Todos os dias, durante mais de sete horas ele circula entre máquinas, bandejas e mesas repletas de chocolate. Gerente industrial da Ofner, tradicional fabricante de chocolates, ele é o responsável por experimentar o produto para controlar, nos mínimos detalhes, consistência, aroma e sabor. Mas ele garante: "como chocolate profissionalmente, muitas vezes, sem vontade".

A reação pode surpreender os fãs do alimento, mas Troli justifica a indiferença. "Quando você chega em uma fábrica pela primeira vez, o cheiro é agradável e a visão, bonita. Depois de 35 anos lidando com chocolate, não tem mais cheiro, nem vontade de comer", diz.

Há 27 anos na Ofner, Troli, responsável pelas receitas de barras, bombons e ovos de páscoa, garante que trabalhar rodeado por tanto chocolate virou rotina. "Acaba sendo automático, como trocar a marcha do carro. Eu preciso experimentar para verificar a qualidade, mas na maioria das vezes faço isso sem vontade", afirma.

"Hoje em dia, não gosto muito de chegar em casa e ser ‘surpreendido’ por um grande bolo de chocolate. Até barra de cereal, ultimamente, eu prefiro se não tiver chocolate misturado", diz o gerente da Ofner.

Gosto não se discute
Todo ano, cerca de dois meses antes da páscoa, Troli passa a gerenciar uma equipe de 80 funcionários, somando temporários e fixos. E para um deles, o chocolate também não é uma unanimidade.

Eu não gosto. E também não tenho a mínima vontade", diz Aziza Santos, que trabalha na linha de produção embalando ovos de páscoa. Contratada temporariamente para a páscoa, ela garante que, em dois meses de trabalho, não sentiu vontade de provar os doces durante o trabalho.

A maioria discorda de Aziza. É o caso de Maria Lúcia Lopes, que trabalha na fábrica há 17 anos. "Nunca enjoei de chocolate. Eu adoro, e quem gosta, não enjoa."

Beliscando
Mesmo havendo quem discorde, chocolate é sinônimo de tentação para a maioria. "Tem gente que vem trabalhar aqui na fábrica e chega todo feliz, louco para comer chocolate", diz Troli.

E na fábrica, segundo o gerente industrial, é mesmo permitido experimentar as delícias. "Não vejo problema em experimentarem. Acontece que ninguém aguenta muito tempo. No primeiro dia, vejo várias bocas mastigando. Dois dias depois, as provas já não são frequentes. Passadas duas semanas, se alguém pedir para eles experimentarem, ninguém quer mais", afirma.

Marco Troli trabalha com chocolates há 35 anos.

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Por:  Gabriel Tanure Sad    |      Imprimir