Categoria Economia  Noticia Atualizada em 08-04-2009

Saída de presidente do BB derruba ações do banco
Antonio Francisco de Lima Neto, ex-presidente do BB
Saída de presidente do BB derruba ações do banco
Foto: http://www.abril.com.br

As ações do Banco do Brasil sofriam forte queda nesta quarta-feira (8), em conseqüência da saída do presidente, Antonio Francisco de Lima Neto. Às 14h13, o valor dos papéis registrava baixa de 5,82%, vendidos a R$ 17,79.

Antes mesmo da confirmação oficial do desligamento de Lima Neto, rumores já haviam pressionado a cotação das ações do BB.

A Bovespa, no entanto, operava em alta seguindo tendência do mercado de Nova York. Depois de oscilar desde a abertura entre leves altas e baixas, às 14h289 o Ibovespa ampliava os ganhos do dia, operando com elevação de 1,07%, a 44.314 pontos. O volume negociado estava em R$ 2,962 bilhões.
Saída
Ao comentar o desligamento do executivo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a iniciativa não partiu do governo, nem relacionou a decisão ao aumento dos juros bancários. Lula, no entanto, fez questão de enfatizar que pretende reduzir o spread bancário - a diferença entre o custo do banco para captar dinheiro e a taxa de juros cobrada dos clientes.

"Não há nenhuma necessidade de o spread bancário ter subido tanto no Brasil de julho pra cá. Estamos numa fase em que o Banco Central e a Fazenda estão estudando isso e obviamente que quem tem bancos públicos, como tem o Brasil, pode começar essa tarefa de reduzir as taxas de spreads bancários", reforçou o presidente.
Falando à imprensa ao lado do ex-presidente do BB, o ministro Guido Mantega negou qualquer pressão para a saída de Lima Neto e que a disse que a decisão foi do próprio executivo.

Novo presidente
Lima Neto será substituído pelo vice-presidente do banco, ldemir Bendine, funcionário de carreira que está na empresa há 30 anos. O ministro da Fazenda, Guido Mantega disse que Bendine "assume com um contrato de gestão em que vai se comprometer a agilizar a liberação de crédito, concorrer com os grandes bancos e incorporar novos clientes, aproveitando essa vantagem que tem o Brasil em relação a outros países".

A vantagem a que o ministro se refere seria a força dos bancos estatais brasileiros, um trunfo contra a crise econômica. Ele acrescentou que a mudança de comando no BB não altera esta condição: "Não há nenhuma crise de confiança nos bancos públicos, muito pelo contrário".

Ele justificou a posição dizendo que as práticas de segurança serão mantidas, mas com maior "ousadia". A redução do spread nos bancos públicos, no entanto, vai gerar uma competição saudável com as instituições privadas: "Vamos disputar com os outros bancos para ver se todo mundo baixa os spreads".

"Incompatibilidade"
Antes de Lula e Mantega confirmarem a saída de Lima Neto, uma fonte do Palácio do Planalto informou à Reuters que o governo havia decidido mudar a chefia do banco por "pura incompatibilidade com as políticas do governo". Segundo a fonte, a demissão já era discutida há mais de 15 dias.

"Não foi só juros, havia outras questões que justificam a decisão", acrescentou a fonte, referindo-se ao patamar de juros cobrado pelo banco que teria gerado a insatisfação do governo num momento em que se tenta reduzir os spreads bancários no país.

Saída de presidente do BB derruba ações do banco, mas Bovespa opera em alta
Governo federal confirmou esta manhã que Antonio Francisco de Lima Neto deixou o cargo, ele será substituído pelo vice-presidente da empresa

 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir