O presidente Lula, em Port of Spain
Foto: AFP PORT OF SPAIN (AFP) � A Quinta C�pula das Am�ricas abriu uma nova din�mica nas rela��es entre os pa�ses do continente, afirmou o presidente Luiz Inacio Lula da Silva, que pediu a seus pares que aprendam a se respeitar, e deixem de pedir favores.
"Devemos ter respeito por n�s mesmos para que nos respeitem. N�o temos que continuar pedindo favores. Vamos deixar essa ideia de que somos pequenos e pobres e que algu�m tem que nos ajudar. N�s, e n�o os Estados Unidos, temos que resolver nossos problemas", declarou Lula � imprensa ao fim do encontro.
Segundo Lula, o clima da reuni�o faz pensar que � plenamente poss�vel que haja uma evolu��o na rela��o entre os Estados Unidos e a Am�rica Latina.
"� poss�vel criar uma nova din�mica, de companheirismo, de contribui��o", explicou.
"Todos esper�vamos que Ch�vez e Obama fossem se atacar, mas aconteceu exatamenteo contr�rio: Ch�vez disse que n�o basta ser s�cio comercial dos Estados Unidos e sim quer ser amigo. Se ele teve um problema grava com a era Bush, isso pode mudar na era Obama", explicou.
Sobre a quest�o da exclus�o de Cuba, Lula enfatizou que esta deve ser a �ltima C�pula das Am�ricas sem a presen�a de representantes cubanos.
"N�o vejo possibilidades de uma nova C�pula das Am�ricas sem Cuba porque n�o h� mais explica��o para essa exclus�o".
Lula tamb�m enfatizou que Cuba n�o pediu ao Brasil que intermediasse ante Estados Unidos para um restabelecimento progressivo das rela��es.
"Eles n�o precisam que ningu�m os represente porque sabem que, da Patag�nia at� o M�xico, todo o mundo � favor�vel � entrada de Cuba nessas c�pulas", concluiu.
A respeito ainda de Cuba, em entrevista neste ao jornal espanhol ABC, Lula afirmou que os Estados Unidos n�o devem esperar gestos de Cuba para dar sequ�ncia ao processo de aproxima��o com Havana.
A suspens�o de algumas san��es contra a ilha, anunciado pelo presidente Obama, representa "um passo inicial na dire��o correta, mas apenas o in�cio de um processo".
"� importante que n�o se esperem gestos de Cuba para que outros passos sejam dados", acrescentou o presidente do Brasil.
Obama afirmou na V C�pula das Am�ricas, que acontece em Trinidad e Tobago, que est� disposto a iniciar um di�logo com Cuba, com o objetivo de estabelecer uma nova dire��o nas rela��es entre Washington e Havana.
Mas a Casa Branca reiterou no s�bado que agora os an�ncios devem partir de Cuba e que Obama espera medidas de reciprocidade, sobretudo em termos de direitos humanos e de liberta��o de presos pol�ticos.
"Cuba tem um grande valor simb�lico na Am�rica Latina", afirmou Lula, para quem a exclus�o deste pa�s das inst�ncias regionais "continua sendo uma anomalia".
A ilha comunista foi exclu�da da Organiza��o dos Estados Americanos (OEA) em 1962.
Lula recordou ainda que todos os l�deres latino-americanos e caribenhos desejam o fim do embargo econ�mico americano contra Cuba, uma posi��o que foi reiterada durante a reuni�o de Trinidad e Tobago.
Em outra entrevista, desta vez ao jornal argentino La Naci�n, Lula exigiu a democratiza��o do Fundo Monet�rio Internacional (FMI) e criticou a monitora��o da institui��o sobre as economias dos pa�ses devedores.
"O Fundo pode ser democratizado se o conjunto dos pa�ses que s�o parte dele tiver a possibilidade real de tomar decis�es com igualdade de responsabilidade", disse.
"O que queremos � um FMI onde um coloca mais dinheiro porque tem mais, mas na hora de decidir, tem que ser uma decis�o coletiva, levando em considera��o o que � melhor para todos", afirmou o presidente em uma entrevista feita em Bras�lia antes da C�pula das Am�ricas.
"Os pa�ses emergentes n�o querem que exista uma delega��o do FMI para checar as contas da Argentina, do Brasil ou da Venezuela. N�o queremos mais isso. Tomamos um empr�stimo, temos um prazo para pagar e respeitamos as taxas de juros, mas n�o queremos miss�es de monitora��o", concluiu.
Lula: America Latina deve se respeitar para ser respeitada.
O presidente Lula, em Port of Spain.
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