Índios ocupam imóvel da Funasa em São Paulo
Foto: Carolina Iskandarian/G1 Carolina Iskandarian
Terminou em bate-boca a reunião entre lideranças indígenas e o coordenador da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) em São Paulo, Raze Rezek, na noite desta terça-feira (5), no Centro de São Paulo. Os índios querem a saída do funcionário, que afirmou que pedirá sua demissão.
Um novo encontro está programado para as 10h desta quarta-feira (6). Até lá, os representantes de 37 aldeias paulistas disseram que passariam a noite no edifício, localizado na Rua Bento Freitas, no Centro.
A reunião durou uma hora e foi acompanhada pelo delegado da Polícia Federal Flávio Trivella. "O senhor foi bem claro em reiterar a sua demissão. Não vamos aceitar que passem o melado na nossa boca", gritou o cacique Darã, um dos líderes do movimento.
Acuado, Rezek disse que a saída do cargo não depende dele, mas do presidente da Funasa, Danilo Forte. A intenção é que o coordenador do órgão em São Paulo ligue para o superior em Brasília para resolver sobre a exoneração nesta quarta. O coordenador diz que, em 2008, chegou a pedir demissão e ela não tinha sido aceita.
A discussão ocorreu em um corredor apertado do prédio da Rua Bento Freitas e diante dos jornalistas e policiais federais. Trivella tentou acalmar a situação, lembrando que o grupo tem novo encontro para conversar melhor.
Os líderes indígenas reclamam que, após três anos na atividade, Rezek nunca visitou as aldeias. O funcionário da Funasa, afirmou, no entanto, estar no posto há um ano e meio. Ele chegou ao local escoltado por quatro carros da Polícia Federal (PF).
Cobranças
Os índios acusam o funcionário de negligência. "Em três anos, ele nunca fez uma visita (às aldeias). Tem criança morrendo com água contaminada, faltam remédios, o saneamento básico é ruim", disse o cacique Awa, que veio de Ubatuba, no Litoral Norte, e é da tribo Tupi.
No prédio, cinco funcionários da Funasa e dois promotores permanecem presos. À noite, após a chegada de Rezek, eles foram liberados. Mais cedo, cerca de 30 pessoas chegaram a permanecer detidas no prédio, mas tiveram permissão para deixar a sede da Funasa após uma primeira reunião entre os promotores e os líderes do protesto.
Vitória
Na saída do prédio, os índios fizeram uma roda e cantaram em um ritual, que, segundo eles, representa a vitória. "Quer dizer que estamos vencendo a guerra", explicou o cacique Darã.
O grupo afirmou que vai passar a noite no prédio e não tem previsão de quando vai deixar o local. Apesar da ocupação, a previsão é que o expediente ocorra normalmente na quarta-feira (6). A Polícia Federal deve voltar ao imóvel para garantir a segurança.
Pressionado por índios, coordenador da Funasa diz que pedirá demissão
Encontro durou uma hora e foi no prédio do órgão, no Centro de SP.
Índios pedem saída de Raze Rezek e haverá outra reunião na quarta (6).
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