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Papa emociona público ao rezar Pai Nosso em árabe na Jordânia

O Papa Bento XVI discursa para católicos em Amã nesta sexta-feira (8).
Papa emociona público ao rezar Pai Nosso em árabe na Jordânia

Foto: Daniel Buarque/G1

Daniel Buarque

A população cristã do Oriente Médio é pequena, mas está eufórica. O Papa Bento XVI chegou nesta sexta-feira (8) à capital da Jordânia, Amã, para dar início a sua primeira viagem oficial à região. Logo depois de chegar no aeroporto de Amã, ele partiu para um rápido encontro com alguns dos cristãos (eles são 6% dos cerca de 6 milhões de jordanianos) e de dezenas de outros da região que viajaram só para vê-lo.

O G1 esteve no primeiro compromisso do papa após sua chegada. Eram 15h40 (9h40 em Brasília), quando cinco carros, um deles com Bento XVI, entraram rapidamente pelos portões do centro Regina Pacis, instituição religiosa que cuida de pessoas deficientes em Amã.

Desde uma hora antes da chegada do papa, um padre puxava canções em árabe, sendo seguido por um grupo que, segundo a organização do evento, era de 2.500 pessoas -além de jornalistas suficientes para encher dois ônibus. Por mais que não tenha sido um evento de grande porte, era evidente a empolgação das pessoas com a ideia de ver o papa.

A euforia cresceu quando Bento XVI chegou, sendo recebido por uma banda marcial e pela pequena multidão que cantava um coro de boas-vindas em italiano -uma daquelas musiquinhas ritmadas de torcida que "ficam grudadas" na cabeça. O papa passou rapidamente pelo grupo de pessoas que queriam tocá-lo e seguiu para a igreja do centro, onde fez um curto discurso, recebeu pessoas com deficiencia e rezou junto a um empolgado grupo que o aplaudia.

Dois momentos, posteriores ao discurso, foram representativos da visita. Enquanto era cumprimentado pelas pessoas do centro Regina Pacis, o Papa recebeu de presente um lenço típico dos muçulmanos da Jordânia, representando seu anunciado papel na aproximação entre as três religiões (islâmica, cristã e judaica) que consideram esta região sagrada.

O ponto mais emocionante foi quando, ao final do rápido encontro, todas as pessoas reunidas na igreja rezaram o Pai Nosso em árabe e cantando. Um belíssimo som ritmado tomou conta da área de forma impressionante, fazendo algumas pessoas chorarem.

Política

Bento XVI discursou em inglês para as pessoas que conseguiram entrar na igreja, sendo ouvido também pelas que ficaram de fora. Ele falou sobre as dificuldades das pessoas que recebem tratamento no Regina Pacis por terem algum tipo de deficiência, dizendo saber que "há muitas dificuldades na vida".

Como não podia deixar de fazer, entretanto, boa parte da rápida fala do papa tratou de política. Sem defender nenhum lado específico em disputas pelo Oriente Médio, ele se declarou mais uma vez "peregrino da paz", e disse que, em vez de presentes, trazia a esperança e rezaria pelo presente da união e da paz entre os povos da Terra Santa. Menos de uma hora após sua chegada ao local, Bento XVI já partia. Ele fica na Jordânia mais dois dias, e parte na segunda-feira para Israel.

Leia também: Na chegada, papa pede que muçulmanos sejam respeitados

É impreciso dizer que a cidade de Amã parou para assistir à chegada de Bento XVI em sua primeira visita ao Oriente Médio. Apesar de a capital estar toda decorada com bandeiras e de haver grande interesse do governo na chegada do pontífice, a maioria da população (92%) é muçulmana, e, por mais que goste da ideia da visita do papa, não muda sua rotina por causa dele.

Além dos poucos cristãos da própria Jordânia, muitos vieram de fora só por causa do papa. O tradutor egípcio Eid Gabriel era um deles, e estava feliz com a possibilidade que teve de ver Bento XVI de perto.

"Nós temos dificuldades em nossas vidas por sermos cristãos no Egito, pois não há liberdade religiosa como na Jordânia. Poder vir aqui e vê-lo compensa muitos dos problemas que os cristãos têm no nosso país", disse ao G1.

Papa emociona público ao rezar Pai Nosso em árabe na Jordânia
Pequeno grupo de cristãos recebeu Bento XVI com euforia.
Pontífice começou por Amã sua visita ao Oriente Médio.

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Por: Alexandre Costa Pereira | Imprimir