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Lobão rejeita mais uma vez mudar tratado de Itaipu

Segundo ele, essa proposta paraguaia está descartada. Ministro diz que negociação entre Lula e Lugo pode não terminar hoje.
Lobão rejeita mais uma vez mudar tratado de Itaipu

Foto: G1

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou nesta quinta-feira (7) que a negociação entre Brasil e Paraguai sobre a usina de Itaipu pode não ser concretizada hoje. Ele voltou a dizer que uma das propostas paraguaias, a de modificar o tratado firmado entre os dois países para construção da hidrelétrica, está completamente descartada pelo governo brasileiro.

Na quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu por mais de duas horas com ministros e órgãos do governo ligado ao setor energético para fechar uma proposta para apresentar ao presidente do Paraguai, Fernando Lugo, nesta quinta-feira. Lobão, que estava presente à reunião, evitou detalhar o que será apresentado à comitiva paraguaia.

"Eu não posso [dizer], não sei quais as alternativas e não sei qual será a decisão. É preciso que o governo do Paraguai apresente uma proposta. Nós examinamos aquelas propostas antigas, às quais o governo brasileiro já havia dito não em relação a algumas e outras continuamos examinando. Hoje [quinta-feira] nos vamos prosseguir na negociação. É até possível que não se decida nada hoje", explicou.

Contudo, ele descartou qualquer mudança profunda no tratado entre os dois países, que estipula os termos de pagamento da dívida assumida para financiar a usina, como se dá a cessão de energia produzida na hidrelétrica entre Paraguai e Brasil, entre outros temas.

"Mudança profunda no tratado nem pensar. Alterar o tratado não depende do governo do Brasil e nem do Paraguai. Depende, sobretudo, do Congresso Nacional do Brasil e do Paraguai", salientou.
Mudanças

Lula e Lugo se reúnem a partir das 17h30 para negociar possíveis mudanças em Itaipu. O objetivo principal do governo paraguaio é receber mais dinheiro pela energia produzida na usina. Para isso, uma das mudanças propostas no acordo com o Brasil é vender a energia que é produzida em Itaipu e não consumida pelo Paraguai para outros países.

Pelo acordo atual, a energia não consumida por um dos dois países só pode ser vendida ao outro. Outra mudança proposta pelo Paraguai visando arrecadar mais com a hidrelétrica é cobrar por essa energia não consumida pelos paraguaios e revendida ao Brasil. Outra saída, seria reajustar o preço da energia produzida em Itaipu. O Brasil é contra essa proposta porque isso acarretaria em aumento da conta de luz dos consumidores brasileiros.
Ajuda brasileira

Até agora, o Brasil ofereceu ao Paraguai um pacote de ajuda desatrelado de Itaipu. Uma das propostas é financiar, por intermédio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a construção de uma linha de transmissão mais potente entre Itaipu e Assunção, capital do Paraguai. Isso ajudaria no desenvolvimento industrial do vizinho.

Lobão disse que, além dessa proposta, o governo brasileiro ofereceu também uma linha de financiamento para outras finalidades, também do BNDES, de mais de R$ 1 bilhão. "Já ofereceu mais uma linha de financiamento pelo BNDES de mais de R$ 1 bilhão. E serão oferecidas hoje [quinta-feira] pelo ministro da Fazenda [Guido Mantega] mais algumas possibilidades de recursos", salientou.

O ministro ressaltou ainda que a negociação não pode indicar que o Brasil é que está pedindo algo e sim o Paraguai. "O Brasil tem todo interesse em ajudar o Paraguai. Mas é preciso que não se tenha a impressão de que o Brasil é que está pedindo, o Brasil não está pedindo nada. O Brasil está tentando conceder ajuda a um país amigo que é o Paraguai", comentou.

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Fonte: G1

Por: Robson Souza Santos | Imprimir