Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 15-05-2009

BURAK O’JANDER I
Em 8 de agosto de 1974, Nixon renunciou à presidência dos Estados Unidos...
BURAK O’JANDER I

Manoel Manhães [email protected]

Ao amigo Fernando Guimarães e seu "chocolategate".

Em 8 de agosto de 1974, Nixon renunciou à presidência dos Estados Unidos. O escândalo de Watergate acabaria com a carreira política do americano de origem modesta que conseguira chegar até a Casa Branca. Sob ameaça de impeachment, por ter mandado espionar a sede do Partido Democrático em Washington, Nixon foi o primeiro presidente norte-americano a renunciar.

O erro é implacável: alcança o sábio, o experiente, o poderoso, o santo e o pecador. Atinge, no caso, o detentor do mandato e seus assessores.

Ocorre que o político, sobretudo o governante, não é qualquer mortal: constitui uma autoridade pública e, como tal, seus erros resultam numa dimensão muito maior do que os das pessoas comuns.

Há erros que permanecem na esfera privada do indivíduo e há aqueles que são visíveis a todos - as falhas políticas pertencem a esta última categoria. Por isso, suas conseqüências são, muitas vezes, destruidoras. Manifestando-se em público, são exploradas pelos adversários e pela mídia, comprometem a imagem e lançam dúvidas sobre a competência, honestidade, firmeza e prudência do político que as cometeu.

Mais recentemente, com a inclusão universal do assessor como membro permanente da equipe política, cujas funções são delegadas pelo chefe, surgiu um novo tipo de erro: o do próprio colaborador, que possui características diferentes daquele praticado diretamente pelo político. Embora seja de responsabilidade do assessor, é, invariavelmente, percebido como um erro do chefe.

Mesmo que se prove que o erro foi do assessor o público desconfia e até descrê de sua imputação ao assessor. Parece-lhe um ato de fuga de responsabilidade e de covardia por parte do líder. Erros menores são facilmente atribuídos aos subordinados, sem maiores conseqüências. Os graves, entretanto, não obedecem a tal dinâmica, ainda que tenham sido efetivamente praticados por assessores.

Nixon caiu por um erro crasso de um assessor.


    Fonte: O Autor
 
Por:  Manoel Manhães    |      Imprimir