Categoria Politica  Noticia Atualizada em 21-05-2009

Líderes da Câmara farão teste da reforma política na próxi
Votação de um requerimento medirá viabilidade da proposta. Resistência, no entanto, já une quatro partidos de forma oficial.
Líderes da Câmara farão teste da reforma política na próxi
Foto: http://www.agorams.com.br/

Os líderes partidários da Câmara farão um teste na próxima semana para tentar votar a reforma política. Apesar do acordo estar longe da unanimidade, a maioria dos líderes acertaram nesta quinta-feira (21) a apresentação de um requerimento pedindo urgência para a proposta de lista fechada para as eleições proporcionais e o financiamento público. O requerimento deve ser votado na próxima quarta-feira (27) e somente com sua aprovação a reforma política entrará efetivamente em discussão.

A reunião que definiu a estratégia aconteceu nesta manhã na residência do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP). De acordo com os líderes do DEM, Ronaldo Caiado (GO), e do PT, Cândido Vaccarezza (SP), o requerimento servirá como a arma dos defensores da mudança. A proposta para a qual será pedida a urgência é de autoria do deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS).

"Nós tiramos a reforma política da UTI e trouxemos para a emergência. Faremos um requerimento de urgência e será feito o embate. Se a urgência for votada vamos continuar na votação, se for derrotada a tese dos adversários ao projeto de lista fechada e financiamento público será vencedora", disse Caiado.

O líder do PT, por sua vez, afirmou que a intenção é aprovar a reforma já para as próximas eleições, mas disse estar em aberto a possibilidade de mudança no sistema para 2012 ou 2014. "O PT é a favor da lista fechada e do financiamento público, mas prefiro fazer um acordo para ganhar e fazer a reforma". Para entrar em vigor em 2010, a proposta precisaria ser aprovada por Câmara e Senado até setembro.

Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), líder de seu partido, admite até a negociação de outras propostas, como a flexibilidade da lista ou o financiamento público apenas para campanhas majoritárias. "Precisamos encontrar uma solução criativa".

O presidente da Câmara diz ver mais "disposição" para realizar a reforma política. "A discussão foi útil e calorosa. Desejamos uma reforma política. Muita coisa pode ser para 2010, outras para 2014, mas o mais importante é que a reforma não foi sepultada, foi revitalizada", afirmou Temer.

A oposição às propostas, no entanto, segue forte. PR, PTB, PP e PSB já fecharam questão contra a lista fechada. Juntos, estes partidos reúnem 133 dos 513 deputados e afirmam ter adesão dentro das grandes legendas, como PT, DEM e PMDB, que já anunciaram posição favorável à lista.

Para o líder do PR, Sando Mabel (GO), a lista fechada é ruim por tirar do eleitor o voto diretamente no candidato. "Isso é um tiro na democracia. Os donos do partido vão escolher quem vai ficar na lista e quem vai ser eleito".
Outras propostas

Além do financiamento público e da lista fechada, outras propostas estão em debate. O presidente da Câmara irá criar uma comissão para discutir uma reforma eleitoral. A intenção é criar regras fixas para substituir resoluções do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que são feitas a cada eleição.

Dentro desta comissão será feito o debate da proposta da Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de reduzir o prazo de filiação partidária. Atualmente, para ser candidato, o cidadão tem de se filiar do partido até um ano antes da eleição. A proposta de Cunha reduz este prazo para seis meses. A intenção é permitir que política realizem trocas de partido mesmo com a fidelidade partidária. Como a justiça eleitoral demora para concluir o julgamento, eles já estariam eleitos pela outra legenda e manteriam os mandatos.

Líderes da Câmara farão teste da reforma política na próxima semana

Fonte: G1
 
Por:  Robson Souza Santos    |      Imprimir