Categoria Geral  Noticia Atualizada em 25-05-2009

Coreia do Norte pode sofrer novas sanções
Imagem mostra o lançamento realizado em 5 de abril pelo governo da Coreia do Norte.
Coreia do Norte pode sofrer novas sanções
Foto: http://revistaepoca.globo.com

O Conselho de Segurança da ONU se reunirá nesta segunda-feira (25), em Nova York, às 17 horas (horário de Brasília), e pode lançar uma nova série de sanções contra o governo da Coreia do Norte, que realizou um teste nuclear na manhã de hoje. O ensaio subterrâneo pareceu ter surpreendido as principais potências do mundo e os cinco países com assentos permanentes no conselho – China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia – foram rápidos em condenar os testes, que devem ampliar o isolamento do país asiático.

A reação do Conselho de Segurança deve ser dura pois o ensaio é uma clara afronta à autoridade da entidade e foi condenado até mesmo pela China, que possui laços políticos e ideológicos com o governo do ditador Kim Jong-Il. Em 2006, o primeiro teste nuclear da Coreia do Norte fez com que o conselho impusesse sanções ao país asiático e exigisse que seu governo "não realizasse mais testes nucleares ou lançasse mísseis balísticos". Depois de episódio, as chamadas "negociações de seis partes", que incluíam Coréia do Norte, Coreia do Sul, Japão, China, Rússia e Estados Unidos, evoluíram de forma sem precedentes, até que, em fevereiro de 2007, o programa nuclear foi paralisado.

Em junho de 2008, Pyongyang, conforme acertado nessas discussões, entregou um documento para o governo da China com uma descrição detalhada de seu programa nuclear. No mesmo mês, o país começou a desmontar uma série de equipamentos sob a inspeção da Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA), órgão da ONU, e implodiu a torre de resfriamento da unidade nuclear de Yongbyon. As negociações evoluíram tão bem que, no fim daquele mês, o então presidente dos EUA, George W. Bush, chegou a anunciar que seu governo tiraria a Coreia do Norte da lista de Estados que patrocinam o terrorismo. No início de abril deste ano, no entanto, a negociação sofreu um enorme retrocesso.

No dia 5 de abril, Pyongyang realizou o lançamento de um foguete que foi prontamente condenado pela comunidade internacional. Enquanto diversos serviços de inteligência afirmaram que um míssil fora lançado, o governo norte-coreano sustentava que seu objetivo era colocar em órbita um satélite de telecomunicações. Diante das informações, o Conselho de Segurança condenou o ato, e a Coreia reagiu. Em 13 de abril denunciou que a condenação infringia "a soberania do país" e anunciou a retomada do programa nuclear. No dia seguinte, expulsou os inspetores da ONU e, nesta segunda-feira, escancarou sua intenção de manter armas nucleares.

Terremoto foi registrado em quatro países

A reunião de emergência foi pedida pelo governo do Japão, que considerou "inaceitável" o teste norte-coreano. Ao lado da Coreia do Sul, o Japão se considera um alvo prioritário de Pyongyang caso o país comunista decida realizar um ataque nuclear. O presidente dos EUA, Barack Obama, lamentou o fato de a Coreia do Norte ter "violado a lei internacional", desafiando o Conselho de Segurança e disse que o ato "constitui uma ameaça para a paz e a segurança internacionais". O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, afirmou que o teste "solapará as perspectivas de paz na península da Coreia e não fará nada pela segurança da Coreia do Norte".

O teste nuclear norte-coreano foi confirmado pela agência oficial de notícias KNCA. "Nós conduzimos com sucesso outro teste nuclear em 25 de maio como parte das medidas da república para fortalecer sua defesa nuclear". A explosão criou um tremor artificial de magnitude de 4,5 graus na escala Richter com epicentro em Kilju, no nordeste do país, a mesma região onde o teste de 2006 foi realizado. Segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, além do teste nuclear, a Coreia do Norte lançou três mísseis nesta segunda-feira (25), todos em direção ao mar.

Ainda não há uma confirmação sobre a potência da bomba usada por Pyongyang nesta segunda-feira. Enquanto o especialista em segurança da Universidade Coreana de Seul Kim Sung-han estimou ao jornal The New York Times o poder de explosão em cerca de 1 kiloton, Alexander Drobyshevsky, porta-voz do Ministério da Defesa da Rússai, disse à agência RIA-Novosti que a explosão tinha força entre 10 e 20 kilotons, equivalente à da bomba que destruiu a cidade japonesa de Hiroshima em agosto de 1945.

Coreia do Norte pode sofrer novas sanções.
Teste nuclear da Coreia do Norte afronta autoridade do Conselho de Segurança da ONU, que se reúne hoje e pode aplicar novas sanções contra Pyongyang. Na Coreia do Sul, manifestantes voltam a protestar contra Kim Jong-Il.

Imagem mostra o lançamento realizado em 5 de abril pelo governo da Coreia do Norte. Pyongyang alega que tentava colocar um satélite em órbita, mas ato foi condenado pela comunidade internacional. Depois disso, país asiático reativou oficialmente seu programa nuclear.


 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir