Categoria Economia  Noticia Atualizada em 29-05-2009

Dólar fecha abaixo de R$ 2 pela primeira vez em oito meses
Moeda fechou maio com a maior queda mensal desde 2003, a R$ 1,97.
Dólar fecha abaixo de R$ 2 pela primeira vez em oito meses
Foto: http://oglobo.globo.com

O dólar comercial fechou o último pregão de maio, nesta sexta-feira (29), com queda de 1,94%, cotado a R$ 1,97 para a venda. Esta foi a primeira vez que a moeda americana fechou abaixo do patamar de R$ 2 em oito meses.

A queda acumulada em maio foi de 9,67%, a maior mensal desde abril de 2003, quando a moeda teve desvalorização de 13%. Desde o início do ano, o dólar comercial registra baixa de 15,56%.

"De repente, a percepção de que a gente já atingiu o fundo do poço (na economia global) começou a se espalhar. E o Brasil está se beneficiando desse momento", disse Fernanda Feil, economista da consultoria Rosenberg & Associados, em São Paulo.

"Não acredito que seja algo que vai se manter no longo prazo porque, de efetivo, nada foi resolvido na economia mundial. Mas, no curtíssimo prazo, digo um ou dois meses, a tendência é de os ingressos continuarem chegando ao país."

Entrada de recursos

De acordo com informações de mercado, a entrada de dinheiro externo na economia brasileira e também o fechamento do câmbio para contratos que são indexados pela última cotação do mês determinaram o comportamento da divisa no dia.

Nesta sexta-feira (29), foi divulgado que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acumulou, entre os dias 1º e 26 de maio, um saldo de mais de R$ 5 bilhões de investimentos de não-residentes, o que elevou a aplicação externa no mercado financeiro brasileiro a R$ 10,17 bilhões neste ano.

Em maio, até o dia 22, o fluxo cambial no país estava positivo em US$ 3,086 bilhões, de acordo com o Banco Central (BC). É a maior entrada líquida de dólares em um mês desde abril do ano passado e foi ajudada também pelas operações no segmento financeiro.

Desde a piora da crise global, com o colapso do Lehman Brothers em setembro, era apenas a conta comercial que mostrava alguma resistência.

João Medeiros, diretor de câmbio da Pioneer Corretora, acredita que em junho a tendência de apreciação do real deve continuar. Segundo ele, a entrada de dólares no país no próximo mês será ampliada pelo "pico da safra de exportação".

Nesse contexto, acrescido de uma diminuição das importações, as entradas de dólares no mercado doméstico devem se acentuar. Refletindo essa perspectiva de ingresso de recursos no país, as posições compradas dos investidores estrangeiros caíram para os menores níveis desde o início de setembro.

De acordo com os últimos dados da BM&F, as posições futuras compradas desse grupo de investidores estão em cerca de US$ 580 milhões. Em março, mês em que as apostas na alta do dólar atingiram o pico, essas posições chegaram a US$ 14,3 bilhões.

Atuação do BC

Na tentativa de conter a "queda livre" da moeda americana, o Banco Central (BC) voltou a intervir no mercado de câmbio, como tem feito diariamente desde o dia 8 de maio. Com isso, a queda do dólar, que chegou a quase 2% no início da tarde, diminuiu um pouco.

De acordo com comunicado do Departamento de Operações de Reservas Internacionais (Depin), a operação teve início às 15h22 e terminou às 15h32. A taxa aceita ficou em R$ 1,974.

(Com informações da Reuters e do Valor OnLine)

Dólar fecha abaixo de R$ 2 pela primeira vez em oito meses
Moeda fechou maio com a maior queda mensal desde 2003, a R$ 1,97.
Entrada de recursos externos no Brasil determina a queda da moeda.

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir