O presidente americano, Barack Obama (E), discursa ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, no castelo de Dresden, Alemanha
Foto: AFP BUCHENWALD, Alemanha (AFP) — O presidente norte-americano, Barack Obama, chegou nesta sexta-feira ao antigo campo de concentração nazista de Buchenwald (leste da Alemanha), para prestar homenagem às vítimas do Holocausto.
Obama estava acompanhado pela chanceler alemã Angela Merkel e pelo prêmio Nobel da Paz Elie Wiesel, sobrevivente de Buchenwald.
O pai de Wiesel foi uma das 56.000 vítimas do Nazismo no campo de Buchenwald, que ainda está cercado de guaritas e de arame farpado.
Antes da visita, Obama deu continuidade à sua ofensiva diplomática para relançar o processo de paz no Oriente Médio, pressionando os países árabes a fazer gestos na direção de Israel.
No dia seguinte a um grande discurso no Cairo, no qual estendeu às mãos ao mundo muçulmano, Obama pediu aos árabes e aos palestinos que "façam escolhas difíceis" para chegar à paz, com base na coexistência de dois Estados, palestino e israelense.
"Criamos um espaço, uma clima para a retomada das negociações", afirmou em entrevista à imprensa ao lado da chanceler alemã Angela Merkel em Dresden, no leste da Alemanha.
"Mas os Estados Unidos não podem forçar os adversários a fazerem as pazes, eles podem somente ajudá-los a superar os mal-entendidos", acrescentou.
A palestinos e árabes, ele pediu gestos na direção de Israel. Dos palestinos, ele espera que parem com as "declarações incitando a raiva com relação ao Estado hebreu. Dos árabes, ele espera que estejam prontos a estabelecer "trocas comerciais e diplomáticas" com Israel, se este último se comprometer em buscar a paz.
Em Israel, ele pediu mais uma vez o fim da colonização nos territórios ocupados, lembrando que o Estado hebreu já havia se comprometido neste sentido.
"Eu reconheço que é politicamente muito difícil para o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, adotar tais medidas", acrescentou.
Com Barack Obama, "temos uma possibilidade única de dar um novo fôlego a este processo de negociações", declarou Merkel. "O discurso de ontem foi uma porta aberta no mundo árabe, avanços concretos devem seguir".
Ela afirmou que a comunidade internacional tem "vontade" de ir adiante e tem a possibilidade histórica "principalmente porque muitos países do mundo árabe têm um grande interesse neste progresso, porque precisam de segurança para seu desenvolvimento econômico".
Depois de ter denunciado no Cairo o negacionismo, o presidente americano deve reforçar esta posição visitando com Merkel o ex-campo de concentração de Buchenwald (a 200km a oeste de Dresden) onde morreram 56.000 pessoas, na companhia de um dos sobreviventes, o escritor Elie Wiesel, Prêmio Nobel da Paz.
Obama passou a noite em Dresden (leste), antes de suas reuniões com Merkel em um museu da cidade.
A cidade foi destruída por bombardeios anglo-americanos intensos, que deixaram 35.000 mortos, em fevereiro de 1945, segundo estimativas, e reconstruída após a Reunificação da Alemanha em 1990.
A etapa de Dresden já gerou polêmica, pelo menos na internet: a extrema direita alemã, que manifesta todo 13 de fevereiro contra o "imperialismo americano", pede as desculpas dos EUA.
Nos EUA, os comentaristas conservadores advertem, ao contrário, contra qualquer ato de contrição.
Obama evocou brevemente a tragédia de Dresden, sem mais comentários.
No fim do dia, Obama deve visitar o hospital militar americano de Landstuhl (oeste da Alemanha), onde são atendidos os militares feridos no Afeganistão e no Iraque. Ele deve partir em seguida para a França, onde participará sábado das celebrações do 75º aniversário do desembarque aliado na Normandia, em 6 de junho de 1944.
Presidente Obama visita campo de concentração de Buchenwald.
O presidente americano, Barack Obama (E), discursa ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, no castelo de Dresden, Alemanha.
Fonte: AFP
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