Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 08-06-2009

O VALOR DA EXPERIÊNCIA
Esta semana li uma matéria estimulante no boletim...
O VALOR DA EXPERIÊNCIA

Esta semana li uma matéria estimulante no boletim Carreira & Sucesso, do Grupo Catho, especialmente para quem (assim como eu) já passou dos quarenta e está fora do mercado de trabalho formal. A matéria, assinada por Daniel Limas, conta que já foi o tempo em que as empresas repeliam funcionários com mais de quarenta anos de seu quadro funcional. Felizmente, conta, já temos conhecimento de diversas empresas que voltaram a contratar colaboradores nessa faixa de idade, e em alguns casos, até acima dela. A razão apontada para a demissão e para a não contratação desses profissionais sempre foi relacionada à disposição ao trabalho, atualização profissional e, principalmente, custo. Os "quarentões" com boa formação e experiência eram caros para as organizações. Era reduzir custos ou ser aniquilado pela concorrência. Aos poucos, as empresas foram percebendo que precisavam de talentos jovens, mas os cargos de liderança, que requerem a disseminação de valores e de competência, eram mais bem desempenhados por pessoas mais experientes. Outras empresas descobriram que unir a experiência desse público com o potencial dos mais jovens era uma excelente fórmula. Esta passou a ser uma tendência.

As empresas Bob s, Pizza Hut e Dedic são citadas como exemplos. No Bobs, existe o Programa Bobs Melhor Idade, que treina e contrata profissionais acima de quarenta e cinco anos. A rede que tem cerca de 600 lojas e 8.000 funcionários em todo o Brasil já tem mais de 100 pessoas nessa faixa de idade, obtendo respaldo até mesmo dos franqueados. Segundo a empresa, o programa não é filantropia, é chance real de emprego, pois o funcionário que entra na empresa por meio desse programa tem chances de fazer carreira; alguns até já foram promovidos a gerentes. Esses colaboradores são treinados especialmente para atuar no atendimento dos restaurantes. São responsáveis pela qualidade no serviço e pelo primeiro atendimento ao cliente. Mais da metade dos e-mails recebidos pela empresa são para parabenizá-la pelo programa. Além do melhor atendimento, outros resultados são muito favoráveis. Nesse setor, a rotatividade é muito grande, mas com esse programa, ela cai para um quinto do total. Além disso, eles faltam muito menos. Outro ponto importante é a troca de experiência entre os mais novos e os mais experientes. Um transmite conhecimento e mais cautela, e o outro o incentiva com ímpeto e energia.

Já na Pizza Hut, 15% de um total de 650 funcionários, têm mais de sessenta anos. Eles também foram contratados por meio de um programa chamado Atividade. O foco também está no atendimento e o participante pode ter chances reais de atingir cargos mais elevados. Para a empresa, a iniciativa só traz bons frutos e resultados positivos, pois os mais experientes têm um comprometimento muito maior e diferenciado com o trabalho. Todos são muito cuidadosos e carinhosos com o público. Os clientes adoram, pois se sentem acolhidos. Além disso, a rotatividade também é baixíssima, quase 100% menor.

Na Dedic, empresa de Contact Center, a ideia de contratar profissionais com mais de quarenta anos surgiu da percepção que muitos deles tentavam uma vaga, mas não estavam preparados. A empresa passou a oferecer cursos gratuitos de informática, português, atualidades e sobre a atividade de Call Center. Depois, criaram o Projeto Retorno ao Trabalho, que desde o segundo semestre de 2008 já capacitou cerca de 180 profissionais, dos quais 80% foram contratados. Essa mistura tem sido excelente para a Dedic. A empresa conseguiu reduzir dois grandes problemas das empresas desse setor: a rotatividade e o absenteísmo. Houve uma redução em torno de 50 ou 60% porque os funcionários de mais idade têm mais comprometimento, qualidade de atendimento e envolvimento.

Bom saber que as empresas estão começando a perceber que a população brasileira está envelhecendo, que no futuro teremos menos jovens e eles buscarão profissões mais novas. Além disso, a expectativa de vida tem aumentado bastante. Quando eu era criança, imaginava que uma pessoa de cinquenta anos era velhíssima; hoje, podemos dizer que uma pessoa com cinqüenta anos equivaleria aos trinta e cinco, quarenta anos daquela época. E, convenhamos, não é justo que um exército de cinqüentões sarados seja tratado como "arquivo-morto" pelo mercado de trabalho.

Caso você tenha interesse em conhecer mais sobre essas iniciativas, acesse o site dessas empresas:

www.bobs.com.br
www.dedic.com.br
www.pizzahut.com.br

Visite meus blogs:

www.blogdopaulista.blogspot.com
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Fonte: O Autor
 
Por:  Paulo Araujo    |      Imprimir