O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou hoje a maior reforma financeira...
Foto: http://blogs.fayobserver.com Teresa Bouza.
Washington, 17 jun (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou hoje a maior reforma financeira desde a Grande Depressão dos anos 30, que reforçará o poder de supervisão do Federal Reserve (Fed, banco central americano) e criará uma agência para proteger o consumidor.
"Meu Governo propõe hoje uma reforma radical na regulação do sistema financeiro, uma transformação numa escala que não era vista desde as reformas subsequentes à Grande Depressão", afirmou Obama durante discurso na Casa Branca, no qual destacou que o plano anunciado almeja um "cuidadoso equilíbrio".
"O livre mercado foi e continuará sendo o motor do progresso americano", destacou, para insistir que o setor empresarial é mais eficaz para criar empregos do que o Governo.
O presidente americano ressaltou que o papel do Estado não é o de reprimir os mercados, "mas o de dar asas a sua criatividade e inovação".
Obama citou as décadas de "erros e oportunidades perdidas" e a falta de um marco apropriado para lidar com abusos e excessos como culpadas pela atual recessão.
Lembrou que, nos últimos anos, houve uma multiplicação dos instrumentos financeiros complexos, como os ativos respaldados por hipotecas, cujo objetivo era distribuir o risco, mas que na realidade acabaram por concentrá-lo.
Segundo Obama, foram esquemas construídos sobre "areia movediça" que alimentaram um apetite de risco desenfreado, o que levou as entidades de crédito "a diminuir seus padrões para atrair novos mutuários".
"Muitos americanos compraram casas e pediram dinheiro emprestado sem se informar adequadamente sobre os termos e sem frequentemente arcar com suas responsabilidades", assegurou.
"Esta não foi simplesmente uma falha dos indivíduos, foi uma falha de todo o sistema", sentenciou o chefe de Estado.
Obama insistiu em que seu Governo se propôs a criar alicerces mais sólidos baseados no uso de energias renováveis, na melhora da educação e em uma reforma do sistema de saúde que ofereça cobertura médica universal.
"Esses novos alicerces também exigem mercados financeiros robustos, vibrantes, que operem de forma transparente e justa para proteger os consumidores e a economia da devastadora decomposição dos anos recentes", expressou.
O presidente dos EUA destacou que as novas regras não tirarão o incentivo da inovação, mas serão traduzidas em "um mercado mais vibrante".
"As reformas propostas hoje buscam a aplicação de regras para permitir que nossos mercados impulsionem a inovação e desencorajem os abusos", explicou o governante.
Segundo Obama, o plano anunciado hoje não só procura que os reguladores se preocupem com a solidez de instituições individuais, mas também, "pela primeira vez, com a estabilidade do sistema em seu conjunto".
O presidente insistiu em que esta crise foi possível porque "ninguém tinha a responsabilidade de proteger o conjunto do sistema dos riscos vinculados às firmas" financeiras.
"Chegou a hora de isso mudar", assegurou.
Obama propôs que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) "tenha novas competências e responsabilidades para regular as companhias bancárias e outras grandes firmas que, se fracassarem, põem um risco toda uma economia".
"Se alguém pode oferecer grandes riscos, isso implica que esse ente também tenha uma grande responsabilidade", disse o chefe de Estado americano.
Obama propôs também "uma nova e poderosa agência com um único trabalho: o de proteger os consumidores".
"Esta nova agência terá o poder de fixar padrões de modo que as companhias concorram ao oferecer produtos inovadores que os consumidores de fato queiram e entendam", ressaltou.
Além disso, o presidente recomendou mudanças para acabar com as ambiguidades entre as agências que se encarregam da regulação do sistema financeiro. EFE
Obama anuncia maior reforma financeira nos EUA desde a Grande Depressão.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou hoje a maior reforma financeira...
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