Categoria Geral  Noticia Atualizada em 18-06-2009

Sem-teto permanecem em escadaria na região central de SP
Mais de 200 famílias ocupam escada na Avenida 9 de Julho desde terça. Grupo foi retirado de prédio do INSS desocupado há mais de 20 anos.
Sem-teto permanecem em escadaria na região central de SP
Foto: Patrícia Araújo/G1

Na manhã desta quinta-feira (18), diversas famílias do Movimento Sem Teto do Centro (MSTC) permaneciam ocupando uma das escadarias da Avenida 9 de Julho, próximo ao número 584, na região central de São Paulo. Uma base móvel da Polícia Militar estava estacionada em frente ao local e o clima era tranquilo.

Os sem-teto estão no local desde a terça-feira (16), quando a Polícia Militar cumpriu um mandado de reintegração de posse retirando 417 famílias que estavam alojadas em um edifício do INSS desativado há mais de 20 anos. Segundo Carmem da Silva, uma das coordenadoras do MSTC, após a retirada do edifício de número 584 da via, algumas famílias foram para casa de amigos e parentes, mas 207 se instalaram na escadaria.

"São 207 famílias que saem para trabalhar, que têm uma vida normal. Não somos moradores de rua, somos munícipes, pagamos impostos. Tudo o que queremos é uma moradia digna", disse a coordenadora.

No final da tarde da quarta-feira (17), os sem-teto entraram em confronto com a Polícia Militar no local. De acordo com a PM, quatro guardas-civis metropolitanos ficaram feridos. Os manifestantes chegaram a atear fogo em móveis e bloquearam temporariamente a Avenida 9 de Julho. Ninguém foi preso.

A coordenadora Carmem da Silva contou que, após serem retiradas do prédio do INSS, a prefeitura ofereceu albergues, o que não foi aceito pelas famílias. "Chegaram a oferecer até passagem para a gente ir embora. Mas não tem nenhum retirante que chegou ontem aqui em São Paulo. Todo mundo aqui é munícipe. Vota aqui em São Paulo, paga imposto aqui", disse.

A Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) afirmou que ofereceu às famílias todos os serviços assistenciais da rede da secretaria, que foram "prontamente recusados". Segundo a SMADS, os sem-teto querem habitação definitiva e o prolema deverá ser tratado pela Secretaria de Habitação.

Para permanecer na escadaria, o grupo montou uma cozinha comunitária e, os que não foram trabalhar nesta manhã, permaneceram enrolados em cobertores para fugir do frio. Crianças e idosos também estão instalados no local.

Sem-teto permanecem em escadaria na região central de SP

Fonte: G1
 
Por:  Robson Souza Santos    |      Imprimir