Categoria Politica  Noticia Atualizada em 20-06-2009

Governo lança programa que regulariza terras ilegais na Amaz
O Governo brasileiro lançou hoje um ambicioso plano para regularizar propriedades ilegais na Amazônia
Governo lança programa que regulariza terras ilegais na Amaz
Foto: http://ambigente.files.wordpress.com/

Rio de Janeiro, 19 jun (EFE).- O Governo brasileiro lançou hoje um ambicioso plano para regularizar propriedades ilegais na Amazônia e incentivar o reflorestamentos das áreas degradadas, com um programa de subsídios mensais que espera frear o corte ilegal.

O programa, batizado "Terra Legal", foi lançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por oito ministros, distribuídos em três cidades da Amazônia, que lideram a lista de municípios com maior porcentagem de floresta desmatada nos últimos anos.

No município de Alta Floresta, no Mato Grosso, Lula lembrou a origem da ocupação ilegal das terras, nos anos 70, quando muitos agricultores do país foram obrigados a migrar por causa de uma reforma agrária realizada na ditadura militar.

"É fácil vir aqui e criticar", disse Lula, que lembrou as dificuldades dos pioneiros que se estabeleceram na Amazônia e que ocuparam terras públicas. Essas pessoas tomaram a posse das terras falsificando documentos, em uma prática tão comum que recebeu o nome de grilagem.

A prática recebeu este nome porque os proprietários guardavam os documentos em uma gaveta com grilos, para que a urina dos insetos envelhecesse o papel dando um tom amarelado e aspecto antigo.

Lula afirmou que "ninguém é bandido porque desflorestou" e assinalou que com medidas como estas será possível "remar em direção contrária" para recuperar a floresta.

O programa "Terra Legal" pretende regularizar, nos próximos três anos, 296 mil propriedades, que até agora estavam em condição irregular.

A meta para este ano é legalizar 90 mil granjas em 93 municípios. A campanha começará nas 43 localidades com recorde de desmatamento.

Para alcançar o objetivo, a burocracia para obter o título de propriedade foi simplificada, um processo que durava quase cinco anos.

Em fazendas de até 76 hectares, o título de propriedade será concedido gratuitamente e em um prazo de até 120 dias, segundo as previsões do Governo.

Além disso, outras medidas possibilitarão a regularização de terras, como a criação de um subsídio de R$ 100 por mês para os agricultores que recuperarem áreas degradadas.

O Governo também estabeleceu um preço mínimo para dez produtos extraídos na região pelas comunidades rurais, como a borracha ou a castanha de cajú, para assegurar a renda dos pequenos produtores.

Este programa atingirá todos os cantos da Amazônia, juntamente com a operação "Arco Verde", uma caravana do Ministério do Meio Ambiente que vai percorrer cerca de 20 mil quilômetros.

A ideia do projeto é implantar o conceito de desenvolvimento sustentável nas comunidades rurais e difundir a cultura de que manter a floresta em pé é benéfico, detalhou a Presidência, em comunicado.

A operação "Arco Verde" contará com três caminhões, nos quais serão instalados os escritórios onde os proprietários rurais poderão se inscrever para receber as escrituras das terras que ocuparam ilegalmente.

O plano de desenvolvimento sustentável é um dos principais pontos do programa do Governo para frear a destruição da floresta, considerada o "pulmão do planeta".

Em dezembro do ano passado, o Executivo apresentou o Plano Nacional sobre Mudanças Climáticas, que apresentou, pela primeira vez na história, metas anuais para a redução da devastação descontrolada da floresta, o que teria um enorme impacto na redução da emissão de dióxido de carbono (CO2).

Segundo este plano, o Brasil se propõe a reduzir em 80% o índice de desmatamento da Amazônia, até 2020, o que geraria uma diminuição das emissões anuais de CO2 em 5 bilhões de toneladas.

O desmatamento caiu de forma sustentada na última década, dos 21.050 quilômetros quadrados, registrados em 1998, para 11.096 quilômetros quadrados em 2008, segundo números oficiais. EFE

Governo lança programa que regulariza terras ilegais na Amazônia

Fonte: G1
 
Por:  Robson Souza Santos    |      Imprimir