Categoria Politica  Noticia Atualizada em 29-06-2009

Kirchner reconhece derrota do governo nas eleições legislativas
Governo foi derrotado nas principais províncias da Argentina.
Kirchner reconhece derrota do governo nas eleições legislativas
Foto: G1

O ex-presidente Néstor Kirchner reconheceu nesta segunda-feira (29) sua derrota nas eleições legislativas frente ao opositor Francisco de Narváez em Buenos Aires e minimizou o impacto do revés generalizado sofrido pelo governo.

Recebido pelo governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, Kirchner rompeu o silêncio e compareceu oito horas depois do fechamento das urnas perante centenas de simpatizantes reunidos no hotel onde o governo organizou seu "quartel-general".

"Perdemos por muito pouquinho, lutamos com toda dignidade em Buenos Aires", comentou o ex-presidente, que evitou fazer uma avaliação sobre a derrota generalizada do governo nos principais distritos do país e a perda da maioria parlamentar e se limitou a comentar que responde ao jogo democrático.
"Com o quadro nacional que temos ficará a responsabilidade de dar aos argentinos a tranquilidade e serenidade que precisam. [...] Vamos aprofundar a institucionalidade, aprofundar a governabilidade", comentou Kirchner.

"Estamos em caminho para recuperar a iniciativa, a governabilidade e construir, com muita força. Estamos absolutamente preparados para continuar trabalhando", insistiu. Néstor Kirchner pensou as eleições como um plebiscito ao modelo estatista e pró indústria que implantou ao lado da mulher desde 2003.

Adversários
Antes de Kirchner reconhecer a derrota, o peronista dissidente Francisco de Narváez e o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, aliados na coalizão que se impôs ao governo nos dois principais distritos eleitorais da Argentina, já haviam se declarado vencedores do pleito legislativo e pediram ao governo diálogo e conciliação.

Com 47% dos votos apurados na província de Buenos Aires, primeiro distrito eleitoral do país, De Narváez surge com 34,7% contra 32,1% obtido pelo ex-presidente Néstor Kirchner.

O candidato da aliança União-PRO considerou que seu triunfo na província de Buenos Aires, tradicional reduto peronista, "virou a página da história".

"Dissemos que um dia íamos mudar a história. Este é o dia", destacou De Narváez ao falar no escritório da coalizão conservadora.

O empresário, nascido na Colômbia e naturalizado argentino, sustentou também que a força de União-PRO derrotou "a velha e a má política" e ressaltou que a escolha "está definida".

O chefe do governo da cidade de Buenos Aires, Mauricio Macri, chamou ao diálogo e à conciliação e acredita que a presidente argentina, Cristina Fernández, esposa e sucessora de Kirchner, "escute" a voz da cidadania. "A nossa presidente com todo respeito quero dizer que espero que tenha escutado a mensagem dos argentinos e que convoque a pacificação dos argentinos", disse o conservador Macri, enquanto militantes gritavam "Mauricio presidente".

Com quase 28 milhões de eleitores, o país votou de forma normal em um dia frio de inverno, mas militares que faziam a segurança do pleito e milhares de cidadãos votaram de máscaras pelo temor de contágio da gripe suína, que nas últimas semanas provocou 26 mortes e infectou mais de 1.500 pessoas.

Os candidatos dos Kirchner foram derrotados até mesmo na província natal do ex-presidente, Santa Cruz, o que aconteceu pela primeira vez desde o início de sua carreira política nos anos 80.

A oposição cresceu com o conflito agrário, mas continua dividida, enquanto o governo sai frágil das urnas e precisa de alianças para conservar a governabilidade, baseada em uma plataforma estatal e favorável à indústria, com negociações salariais livres e o repúdio às políticas do Fundo Monetário Internacional.

* Com informações da Efe e France Presse

Kirchner reconhece derrota do governo nas eleições legislativas
Governo foi derrotado nas principais províncias da Argentina.
Em discurso, ex-presidente tentou minimizar o revés.

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir