Categoria Geral  Noticia Atualizada em 30-06-2009

Iraque abre licitações para exploração de seus campos de petróleo
Iraquiano trabalha nas válvulas de um campo petrolífero em Kirkuk, Iraque.
Iraque abre licitações para exploração de seus campos de petróleo
Foto: AFP

BAGDÁ, Iraque (AFP) — A companhia britânica BP Exploration Operating Company e a chinesa CNPC Limited foram as primeiras empresas estrangeiras em décadas a vencer licitações para explorar o petróleo iraquiano.

A BP e a CNPC Limited venceram a licitação para explorar por 20 anos o imenso campo petrolífero de Rumaila, no Sul do Iraque, segundo anunciou o ministério do Petróleo iraquiano.

Com reservas estimadas em 17,7 bilhões, trata-se do maior dos seis campos petrolíferos que as autoridades iraquianas começaram a abrir nesta terça para companhias estrangeiras.

BP e CNPC concorriam por este campo com um consórcio formado pela americana ExxonMobil Iraq Ltd e a malaia Petronas.

Por outro lado, dois campos petroleiros e um de gás no Iraque ficaram sem investidores nesta terça-feira, já que o ministério do Petróleo considerou insuficientes as propostas das companhias estrangeiras.

O consórcio chinês formado por CNOOC e Sinopec International Petroleum se negou a explorar o campo petroleiro de Misan (sul), que tem produção de 100.000 barris diários (b/d) e reservas estimadas de 2,6 bilhões de barris.

O consórcio desejava ganhar 25,4 dólares por barril, mas o governo fez uma proposta de apenas US$ 2,3.

No campo petroleiro de Bai Hasan, perto da cidade de Kirkuk (norte), com produção de 147.000 (b/d) e reservas estimadas de 2,4 bilhões de barris, a americana ConoccoPhillips, associada a CNOOC e Sinopec, desejava uma remuneração de 26,70 dólares por barril, bem acima dos US$ 4 propostos pelo governo iraquiano.

Para o campo de gás de Mansuriya, na província de Diyala, ao nordeste de Bagdá, com reservas estimadas em 116,1 bilhões de metros cúbicos, não houve nenhum candidato interessado.

A iniciativa de o Iraque abrir licitações a empresas estrangeiras é inédita em 37 anos e promete propocionar ao país uma arrecadação financeira importante e indispensável para sua reconstrução depois de seis anos de guerra.

Os reservas petrolíferas iraquianas são calculadas em 43,1 bilhões de barris.

"Os contratos deverão ser aprovados pelo Conselho de Ministros, mas não serão apresentados ao Parlamento. Nosso objetivo principal é levar a produção de petróleo de 2,4 milhões de barris por dia a mais de 4 milhões nos próximos cinco anos", explicou o ministro do Petróleo, Hussein Chahristani.

O aumento da produção ajudará o Iraque a ganhar um mínimo de 1,7 trilhão de dólares nos próximos 20 anos, que serão usados na reconstrução da infraeestrutura iraquiana.

Para as companhias petroleiras esta licitação era uma oportunidade de regressar ao país depois da nacionalização da Iraq Petroleum Company em 1972.

"Por causa das sanções e das guerras, nenhuma companhia queria ou podia investir. Hoje, o país está se estabilizando", explicou Ruba Husari, especialista em petróleo e fundadora do site .

No entanto, os gigantes do petróleo já haviam informado que não estavam muito satisfeitos com os termos dos contratos propostos.

Os vencedores dsa licitações devem se associar a empresas iraquinas públicas, principalmente a South Oil Company (SOC), e compartilhar a administração dos campos quando financiarem 100% de seus desenvolvimento.

Serão, além disso, remunerados com base numa soma fixa por barril, apenas depois de ter conseguido alcançar o limite de produção fixado pelo governo.

"As companhias vão investir, mas têm um grande problema com o fato de que sua gestão será compartilhada", acrescentou a especialista.

Furiosos ante a perspectiva de perder o controle local dos campos, os diretores dessas empresas, a SOC principalmente, criticam o ministro Chahristani e alegam que podem alcançar os mesmos objetivos que as companhias estrangeiras em menos tempo e que a situação pode representar "uma ocupação econômica".

Iraque abre licitações para exploração de seus campos de petróleo.

Iraquiano trabalha nas válvulas de um campo petrolífero em Kirkuk, Iraque.

Fonte: AFP
 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir