Categoria Politica  Noticia Atualizada em 03-07-2009

'Sarney está cada vez menor', diz líder do PSDB no Senado
Senador Arthur Virgílio, líder do PSDB no Senado, fala em sessão nesta sexta-feira (3)
'Sarney está cada vez menor', diz líder do PSDB no Senado
Foto: José Cruz/Agência Senado

Robson Bonin

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), afirmou nesta sexta-feira (3) que está faltando grandeza ao presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), para deixar o comando do Senado.

"Falta grandeza para o presidente perceber que a presença dele no comando da Casa não ajuda", disse Virgílio, ao comentar a denúncia de que Sarney teria ocultado da Justiça Eleitoral uma casa avaliada em R$ 4 milhões.

O líder tucano ainda argumentou que as sucessivas denúncias que recaem sobre o presidente do Senado estão enfraquecendo Sarney. "Outro dia falei da tribuna ao presidente, que cada vez que ele tivesse de voltar à tribuna para se explicar, ele seria menor. Fui profético, porque o presidente Sarney (com as novas denúncias) está cada vez menor. Ele deixou de ser um presidente pleno. Hoje é um presidente pela metade, que depende cada vez mais do presidente Lula e do PT", avaliou.

Para Virgílio, enquanto Sarney estiver no comando da Casa, "a indústria de chantagens e intrigas", que teria sido instalada pelo ex-diretor-geral Agaciel Maia, "vai continuar funcionando no Senado".

Da tribuna do Senado, Virgílio chamou Sarney de "pato manco". "Esta Casa tem que prezar sua autonomia. Mas o fato é que nós temos um presidente que é um 'lame duck', é um pato manco, não tem mais legitimidade para dirigir a Casa", criticou o líder do PSDB.

Em tom irônico, Virgílio disse que o presidente Lula poderia vir a interferir até na rotina dos senadores. "Lula vai determinar a hora que os senadores chegam aqui [no Senado] e, quem sabe, com uniforme, o uniforme do Corinthians, de que ele gosta tanto", provocou.

Nova denúncia

Em reportagem publicada nesta sexta, o jornal "O Estado de S.Paulo" revela que o presidente do Senado teria ocultado da Justiça Eleitoral uma casa de R$ 4 milhões, na sua declaração de bens das eleições de 1998 e 2006.

Ainda de acordo com a reportagem, documentos de cartório mostram que o parlamentar comprou a casa do banqueiro Joseph Safra em 1997 por meio de um contrato de gaveta.

Defesa

A assessoria de Sarney informou que a residência localizada na Península dos Ministros, área nobre do Lago Sul, em Brasília, está nas declarações anuais de Imposto de Renda, que também foram entregues ao Tribunal de Contas da União (TCU).

A assessoria também informou que ocorreu um "erro do técnico que providencia a documentação do presidente Sarney junto aos órgãos competentes". Ainda segundo os assessores de Sarney, nas próximas horas o presidente deve divulgar uma nota oficial sobre o assunto.

Por telefone, o G1 tentou localizar a assessoria do presidente do Senado, José Sarney, mas não obteve sucesso e ainda aguarda o retorno das ligações.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), amenizou as críticas da oposição e defendeu Sarney, afirmando que a casa estaria na declaração de imposto de renda do presidente Sarney.

"Não tem casa oculta. Ela está na declaração de IR do presidente. A oposição está procurando assunto para bater, só que não é correto", avaliou o líder do governo.

Jucá também negou que o presidente Lula esteja interferindo nos assuntos do Senado. "Ele não está decidindo nada no Senado. Ele apenas deu uma opinião (sobre a situação de Sarney)", disse Jucá.

'Sarney está cada vez menor', diz líder do PSDB no Senado
Arthur Virgílio afirma que 'falta grandeza' para presidente se licenciar.
Da tribuna da Casa, senador tucano chamou Sarney de 'pato manco'.

Fonte:

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Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir