Categoria Geral  Noticia Atualizada em 11-07-2009

Urumqi, na China, fecha 200 maiores mesquitas para evitar ma
As 200 maiores mesquitas da cidade mu�ulmana chinesa de Urumqi permaneceram fechadas hoje
Urumqi, na China, fecha 200 maiores mesquitas para evitar ma
Foto: http://www.sidneyrezende.com

Urumqi (China), 10 jul (EFE).- As 200 maiores mesquitas da cidade mu�ulmana chinesa de Urumqi permaneceram fechadas hoje, dia de culto desta religi�o, para evitar mais dist�rbios �tnicos como os do domingo passado, os piores no pa�s em duas d�cadas, com pelo menos 156 mortos e mil feridos.

No entanto, a medida n�o p�de evitar protestos nos acessos aos templos, como aconteceu na Mesquita Branca, quando um grupo da etnia uigur mu�ulmana convocou um pequeno protesto que colocou � prova o desdobramento militar.

Outro incidente aconteceu na mesquita de D�ng K�r�k, no epicentro da viol�ncia, onde cerca de mil uigures conseguiram finalmente entrar no templo para orar, ap�s passar a semana escondidos em suas casas devido aos linchamentos que sofrem por parte da etnia majorit�ria chinesa han desde ter�a-feira passada.

Os chineses han acusam os uigures de ter provocado o massacre do domingo, ap�s o qual foram detidos mais de 1.400 uigures, enquanto estes, reconhecendo que houve membros de sua etnia que atacaram chineses han, dizem que a maioria dos mortos aconteceu por causa da repress�o policial chinesa.

O protesto acabou ficando violento depois que um grupo de estudantes uigures organizou uma manifesta��o para criticar a passividade de Pequim pelo linchamento e morte de dois membros desta minoria no sul da China.

Segundo testemunhas, as equipes antidist�rbios posicionadas hoje na Mesquita Branca detiveram v�rios dos uigures que protestavam por seu fechamento, enquanto na de Yang Hang, a maior na cidade, com capacidade para 3.000 devotos, as autoridades informaram do fechamento "para a seguran�a do p�blico".

"Quem quiser cumprir com o "salah" ou reza, um dos cinco pilares do Isl�, que o fa�a em casa", diziam as notas coladas nos muros das mesquitas, fechadas toda a semana.

O fechamento hoje dos templos fez aumentar a tens�o entre a minoria uigur, j� que outras mesquitas de menor tamanho frequentadas pela minoria Hui, de tra�os similares aos chineses, mas mu�ulmanos, permaneceram abertas.

A confus�o, o caos de dados e as acusa��es m�tuas continuam no meio do que as autoridades chinesas asseguram que � uma volta � normalidade, for�ada gra�as ao desdobramento de mais de 20 mil soldados policiais e militares.

Os grupos uigures no ex�lio asseguram que o n�mero real de v�timas � de at� 800, uma suspeita que compartilham chineses e estrangeiros residentes em Urumqi contatados pela Ag�ncia Efe.

A capital da prov�ncia mu�ulmana chinesa de Xinjiang est� sob lei marcial desde segunda-feira, e o toque de recolher voltou a ser imposto hoje, depois de ter sido levantado � meia-noite de quinta-feira.

Embora ontem a cidade tenha voltado a uma aparente normalidade - os uigures come�avam a sair de novo �s ruas para montar suas bancas de frutas e verduras e para consertar os estragos causados pelos han - o protesto de hoje demonstra a fragilidade desta "paz".

Os chineses sa�ram na ter�a-feira em un�ssono para as ruas - apesar do corte de comunica��es como internet, telefonia fixa e as mensagens de texto de celulares -, armados com paus e inclusive armas brancas, com os quais atacaram os neg�cios dos uigures e lincharam seus membros como vingan�a pela viol�ncia do domingo.

Hoje o Bir� de Assuntos Civis de Urumqi informou que "as fam�lias de civis inocentes mortos no domingo" receber�o uma compensa��o de quase US$ 30 mil por falecido.

Xinjiang, uma regi�o do tamanho da Europa Ocidental povoada por centro-asi�ticos, cauc�sicos, chineses e turcos h� s�culos, � junto ao Tibete um dos barris de p�lvora �tnicos do oeste da China, mas irrenunci�vel para a terceira pot�ncia econ�mica por sua riqueza em petr�leo e outros recursos naturais.

"Estes protestos, como os do Tibete de h� 18 meses, refletem a profunda falha das pol�ticas �tnicas de Pequim", assinalou hoje Nicholas Bequelin, pesquisador da ONG de direitos humanos Human Rights Watch.

"Os uigures, como os tibetanos, t�m uma hist�ria, cultura, religi�o e idioma diferentes do resto da China, formados em um c�rculo de o�sis da Rota da Seda", acrescentou.

Ap�s alternar s�culos de independ�ncia, invas�es e protetorados chineses, as tropas comunistas entraram na regi�o em 1949 e desde ent�o o n�mero de colonos, emigrantes pobres procedentes de outras �reas chinesas, passou de 6% para 40% dos 20 milh�es de xinjianeses, diz Bequelin ao explicar o conflito.

Os uigures, de origem turca, viram nas �ltimas d�cadas como um bom n�mero de chineses han, mas nem todos, aumentaram sua prosperidade, enquanto a maior parte da etnia local vive na pobreza e afastada do milagre econ�mico chin�s.

O conflito �tnico se estende por toda a regi�o, j� que as autoridades em Kashgar, a segunda cidade em import�ncia, est�o pedindo aos estrangeiros que v�o embora por sua seguran�a, explicou � Efe uma norte-americana residente na China, enquanto os chineses han est�o abandonando a regi�o por trem e por avi�o. EFE

Urumqi, na China, fecha 200 maiores mesquitas para evitar mais viol�ncia

Fonte: EFE
 
Por:  Robson Souza Santos    |      Imprimir