Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 11-09-2009

HUMILDADE — A CIÊNCIA DA CORAGEM
A Missão dos Setenta e a Lição do Lobo”
HUMILDADE — A CIÊNCIA DA CORAGEM

Separei do ensaio literário "A Missão dos Setenta e a Lição do Lobo" conceito que escrevi sobre a humildade, para responder às honrosas manifestações de leitores solícitos em conhecer o significado do Natal Permanente de Jesus, o Cristo Ecumênico.

É um prazer esclarecê-los, mesmo resumidamente, de que se trata da ambiência melhor para o Ser Humano viver em Sociedade Solidária, Altruística, aquela que propaga o Ecumenismo que se comove com a dor e, portanto, com decisão, atua para levantar os caídos, instruindo-os e alimentando-os, a fim de que, como cidadãos, construam seu próprio destino, para o que é urgente espiritualizá-los também (...).

No entanto, esse grande desiderato exige de cada um de nós uma atitude de deferência ao Criador por meio da melhor consideração às Suas criaturas. Aos que Nele não acreditam, e os quais respeitamos, é prudente promover os mais exalçados sentimentos, tais como Fraternidade, Solidariedade, Compaixão, Bondade, Justiça, entre outros que, como Seres Humanos, possuímos dentro de nós mesmos, às vezes adormecidos.

E aí se instala o problema. Somente assim, teremos condições de galgar, longe do radicalismo, crente ou ateu, os degraus do saber, e concluir, como gente civilizada, nossa tarefa na Terra. Senão, viveremos eternamente "batendo com a cabeça na parede".

É essencial a compreensão de que a humildade é uma ciência da coragem, ao contrário da jactância que, segundo Provérbios (16:18), constitui o último passo antes da queda. Não sem propósito, Santo Agostinho (354-430) assegurava: "Deus triunfa sobre a ruína de nossos planos".

Ainda quanto a ela, fiz constar em Reflexões da Alma esta assertiva: Jesus ensinou a humildade, jamais a covardia. O medo paralisa a criatura, e Ele determinou aos Seus discípulos ação; mas, damas e cavalheiros, boa ação.


Meritocracia sublimada

Que cabe então à pessoa arguta realizar? Conhecer as Leis Dele e cumpri-las, não ao pé da letra que mata, consoante admoestava Paulo Apóstolo; contudo e sempre, em Espírito e Verdade, como propunha Allan Kardec (1804-1869); e, à luz do Novo Mandamento do Cristo, – "Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos" – "a essência de Deus", na definição do pensador brasileiro e ativista social Alziro Zarur (1914-1979).

E tudo encontrará seu porto seguro, no transcurso do tempo e em consonância com o merecimento de cada um, numa visão sublimada da meritocracia de Platão; nunca de acordo com os socavões da impunidade. Experimente! Não custa fazê-lo! Mas é preciso paciência e perseverança. Leibnitz (1646-1716) repetia: "Natura non facit saltum". Porém, necessário é lembrar que o tempo não cessa de transcorrer e, na concepção de Virgílio, "a fome é má conselheira".

As Leis Divinas governam os destinos da Terra. Pena que a maioria dos Seres Humanos ainda não saiba disso. Esse desconhecimento contribui para a dificuldade de realização delas, facilitando, assim, os desastres que a todo momento se veem e o campear da guerra pelos milênios. Mas o que Jesus almeja para nós? A resposta se encontra neste trecho do confortador Imitação de Cristo, no qual o monge Tomás de Kempis (aprox. 1379-1471) comenta os ensinamentos do Educador Celeste: "Disse Jesus: ‘Filho, declarei a meus discípulos: Minha Paz vos deixo, minha Paz vos dou.

Eu não vos dou a paz do mundo. Eu vos dou a Paz de Deus que o mundo não vos pode dar (Evangelho, segundo João, 14:27)’. Comentário: Todos desejam a Paz, mas nem todos buscam os procedimentos que produzem a verdadeira. A minha Paz está com os humildes e simples de coração. Na muita paciência a encontrarás. Se me ouvires e seguires a minha voz, poderás usufruir dela fartamente".

José de Paiva Netto — Jornalista, radialista e escritor.
[email protected] — www.boavontade.com


    Fonte: O autor
 
Por:  José de Paiva Netto     |      Imprimir