EUA reconhecem vit�ria de Porfirio Lobo nas elei��es de Honduras.Presidente deposto, Manuel Zelaya, rejeitou o resultado.
Foto:neccint.wordpress.com/.../ O presidente eleito de Honduras, Porfirio Lobo, disse nesta segunda-feira (30) que n�o vai medir esfor�os para conseguir que o presidente Luiz In�cio Lula da Silva reconhe�a as elei��es realizadas no �ltimo domingo (29).
Lobo disse que far� "um esfor�o para que se normalizem as rela��es (com o Brasil)". "Queria poder ligar para o presidente Lula j� hoje. Vamos procur�-lo quantas vezes for necess�rio para conseguir que nos entenda e nos compreenda", afirmou.
O presidente eleito afirma que n�o sente "urg�ncia" no reconhecimento de seu triunfo pela comunidade internacional, embora tenha dito que far� todos os esfor�os para que aqueles que n�o aceitam o pleito mudem de ideia.
"O importante � que esperemos. N�o tenho urg�ncia que digam hoje. Eu gostaria que fosse assim, � o ideal, mas se eles consideram que � prudente ter mais tempo, perfeito", disse, em sua primeira entrevista coletiva ap�s o triunfo.
Entenda a crise pol�tica em Honduras
Lobo afirma que conversou com alguns l�deres internacionais, como o presidente da Costa Rica e mediador na crise hondurenha, �scar Arias, o secret�rio-geral da Organiza��o dos Estados Americanos (OEA), Jos� Miguel Insulza, o presidente da Guatemala, �lvaro Colom, e o presidente de El Salvador, Mauricio Funes.
"H� v�rios (presidentes) com quem falamos. Disseram que v�o reconhecer, que v�o nos ajudar a fazer com que outros nos reconhe�am tamb�m. � um tema que pouco a pouco vamos resolvendo", disse.
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No entanto, o presidente eleito lembrou que, embora todas as na��es sejam importantes, "n�o h� d�vida de que o pa�s mais importante s�o os Estados Unidos", onde vivem um milh�o de hondurenhos, e para onde o pa�s centro-americano envia aproximadamente 40% de suas exporta��es. A elei��o teve o apoio dos americanos.
O governo dos EUA reconheceu nesta segunda-feira a "ampla vit�ria" de Porfirio Lobo, candidato do conservador Partido Nacional, nas elei��es em Honduras.
"Os Estados Unidos tomaram nota das elei��es. Ele (Lobo) ser� o pr�ximo presidente de Honduras", disse o secret�rio de Estado adjunto dos EUA para o Hemisf�rio Ocidental, Arturo Valenzuela, em entrevista coletiva no Departamento de Estado.
Com isso, Washington d� seu respaldo oficial ao resultado das elei��es hondurenhas deste domingo, nas quais o opositor Lobo alcan�ou 52,34% dos votos, com 66,31% das urnas apuradas, segundo o Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) de Honduras.
"Reconhecemos que h� um resultado em Honduras nestas elei��es. Isso est� bastante claro. Reconhecemos estes resultados e felicitamos Lobo por t�-las vencido", ressaltou Valenzuela. O Secret�rio de Estado adjunto tamb�m elogiou os hondurenhos por um pleito que, segundo ele, foi justo e transparente e, com isso, cumpriu os padr�es internacionais.
Valenzuela reiterou tamb�m que as elei��es n�o foram convocadas no "�ltimo minuto" pelo governo de fato de Roberto Micheletti para legitimar o golpe de Estado.
O diplomata americano reiterou que as elei��es hondurenhas representam um passo "significativo" � frente para o pa�s, apesar de que Honduras "tem que fazer mais" para restaurar a democracia e seguir um processo de reconcilia��o nacional baseado no Acordo Tegucigalpa-San Jos�.
"Enquanto as elei��es s�o um passo significativo para voltar � democracia, s�o somente isso, um passo, e n�o o �ltimo" que Honduras ter� que dar para restaurar a ordem constitucional e democr�tica, insistiu.
Valenzuela explicou que, "devido � gravidade e a polariza��o" antes e depois do golpe de Estado de 28 de junho, quando o presidente Manuel Zelaya foi derrubado, "� extremamente importante que os l�deres hondurenhos sigam o marco estabelecido pelo acordo assinado em 30 de outubro.
De acordo com Valenzuela, deve haver um governo de uni�o nacional, um voto do Congresso sobre a restitui��o de Zelaya, previsto para 2 de dezembro, e uma comiss�o da verdade.
Zelaya rejeita resultado
O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, afirmou nesta segunda que n�o aceitar� sua restitui��o ao cargo para legalizar as elei��es de domingo, e insistiu que a absten��o superou 60%.
"Nem restitui��o para legitimar o golpe, nem para avalizar um processo que � totalmente ilegal", ressaltou Zelaya em declara��es � "R�dio Globo", de Honduras, ap�s as elei��es gerais realizadas ontem e que deram o triunfo virtual ao opositor Porfirio Lobo. "Nem a restitui��o sob as condi��es de legalizar esta fraude eleitoral pode ser aceita por algu�m que luta pelos princ�pios", acrescentou.
O presidente, destitu�do em 28 de junho e desde setembro na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa, reiterou suas den�ncias de que a absten��o superou 60%, percentual quase id�ntico de participa��o que apontam as autoridades eleitorais hondurenhas.
Conforme o TSE, a participa��o nas elei��es foi de 61,3%, com 1.716.027 votos sobre um total de 2.598.600 eleitores recenseados nas 8.662 mesas que puderam ser computadas e que representam 56,7% do total de 15.260 mesas eleitorais.
O censo eleitoral total � de 4,6 milh�es de eleitores, dos quais, pouco mais de 1 milh�o moram no exterior e habitualmente n�o participam do pleito, por isso que o "censo ativo" � menor.
Para Zelaya, no entanto, mesmo com esse ajuste os t�cnicos do TSE cometeram um "grave erro" porque "se 1,7 milh�o de votos correspondem a 61,7% quantos iriam corresponder a 100%? Por esse percentual seriam necess�rios 2,8 milh�es de votos", disse.
"Eu me encarrego de buscar os dados de Prefeitura em Prefeitura", disse, ao ressaltar que "todo o povo sabe que as vota��es foram menores e eles dizem que h� 600 mil votos a mais na vota��o".
Zelaya insistiu em que o pleito ocorreu em uma Honduras "aterrorizada" e sem "liberdade para expressar-se" pela presen�a de militares em todo o pa�s, e disse que a revis�o dos votos vai demonstrar que as elei��es t�m um "v�cio de fraude, de ilegalidade, de origem".
"N�o me rendo embora tenham me amea�ado, embora queiram me humilhar porque estou defendendo uma causa, que � a causa do povo de Honduras", assinalou.
"Hist�ria"
O candidato vitorioso na elei��o, Porfirio Lobo, disse que Zelaya j� faz parte do passado. "Estou aqui alegre, vendo o futuro, e voc�s aqui (falando em) "Zelaya". Zelaya j� � hist�ria, j� � parte do passado", disse Lobo a jornalistas.
V�rios governos latino-americanos, inclusive do Brasil, reivindicavam que Zelaya fosse restitu�do ao poder antes da elei��o, e por isso decidiram n�o reconhecer o resultado do pleito. J� os EUA viram a elei��o como uma solu��o para a prolongada crise pol�tica hondurenha.
Zelaya e o presidente interino Roberto Micheletti chegaram a assinar um acordo, afinal descumprido, pelo qual caberia ao Congresso decidir pela volta de Zelaya ao poder. Por isso Lobo disse que n�o pretende se intrometer no assunto, ao menos por enquanto.
"Este governo (de Micheletti) tem de terminar com todos os problemas hoje pendentes (...). Se n�o, se sobrar alguma coisa para mim, a� veremos o que vamos fazer".
O presidente eleito afirmou que sua prioridade ser� resolver os problemas resultantes da crise econ�mica, j� que a redu��o da demanda por exporta��es para os EUA atingiu em cheio Honduras, onde 70% da popula��o vivem na pobreza.
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