Categoria Politica  Noticia Atualizada em 09-12-2009

Israel discorda da resolução apresentada pelos ministros da UE
É provável que a resolução dos ministros do exterior dos 27 países da União Europeia, anunciada nesta terça-feira, resulte em mais complicações para o conflito entre Israel e palestinos. Além de tudo, ela revela a pouca memória, ou mesmo ignorância das au
Israel discorda da resolução apresentada pelos ministros da UE
Foto: http://www.google.com/hostednews/epa/article/ALeqM5hMX


Segundo uma nota do governo de Israel, a resolução "nada contém de novo além de não contribuir para a retomada das negociações". Os europeus defendem que Jerusalém deve ser capital de Israel e do futuro Estado palestino.

A proposta sueca original explicitava que Jerusalém Oriental, a parte murada e antiga conquistada por Israel em 1967 e anexada à Ocidental, a moderna, criando uma única cidade, deveria ser a capital palestina. Defendendo, portanto, a nova divisão da cidade em duas. Revista pelos ministros a resolução não inclui o direito israelense a Jerusalém Oriental, nem minimiza a complexidade da questão.

O prefeito de Jerusalém logo rejeitou a proposta dizendo que não daria certo e colocaria em perigo a integridade da cidade. Ele lembrou o recente vigésimo aniversário da reunificação de Berlim dividida pelo Muro derrubado pelo povo. E destacou a verdade histórica de que a divisão de cidades não funciona.

A nota do Ministério do Exterior de Israel afirma que a União Europeia deveria ter recomendado a retomada de negociações diretas com a Autoridade Palestina, presidida por Abu Mazen, e reconhecer que Israel vive e sobrevive sob constantes ameaças à sua segurança. Seu caráter de Estado judeu - único país não islâmico no Oriente Médio - "deve ser reconhecido em futuras negociações".

O texto também lamenta que a resolução seja uma aprovação implícita da posição palestina, demandando um recuo de Israel ao território que ocupava em antes da guerra, em 1967. Cerca de 300 mil israelenses ocupam uma parte significativa do território conquistado.

Israel propôs que sua gente permaneça na área que ocuparam e desde então desenvolveram em troca de igual extensão de terra de seu território aos palestinos, proposta que foi rejeitada como solução.

Salam Fayad, primeiro-ministro da Autoridade Palestina, declara que a resolução "concede aos palestinos um melhor sentido da esperança". Yasser Abbed Rabo, um dos principais assessores do presidente palestino, declarou que espera que Israel aceite os princípios emitidos na resolução que "afirma que o Estado palestino deve compreender a Cisjordânia, Gaza e Jerusalém.".

A Cisjordânia sob a liderança de Abu Mazen rejeita o domínio de Gaza pelo Hamas e pede a divisão de Jerusalém. "Para existir a paz é preciso encontrar uma forma de Jerusalém ser a capital de ambos", afirmam os ministros. Mas não se diz como.

Se mantida a tradição, haverá antes do Natal uma reunião dos chefes de governo dos 27 países europeus na qual a resolução será uma das questões a serem abordadas. Para quem segue de pertíssimo a questão do conflito é previsível que Israel rejeite os caminhos e a filosofia aprovada pelos ministros, que não seria imposta nem se fosse aceita pelos chefes de governo. Mas cria expectativas para os palestinos o que podem resultar em ações belicosas. Se os ministros não entenderam as possíveis consequências do que aprovaram, como esperar que seu valor seja compreendido pelos povos? Nem sempre título é documento.

O curioso é que Moniz Bandeira, cientista político, historiador e autor de inúmeros livros que leio sempre, mas dos quais discordo com frequência. Residente na Alemanha, com inúmeros prêmios e honrarias, ele teria lembrado Hegel em uma polêmica publicada pela revista "La Onda", site uruguaio, aconselhando os líderes políticos a aprenderem com a experiência histórica, algo que nunca fazem. A citação é longa. Só lembro sua essência, pois cabe perfeitamente no que decidiram os ministros do exterior europeus em sua reunião.




É provável que a resolução dos ministros do exterior dos 27 países da União Europeia, anunciada nesta terça-feira, resulte em mais complicações para o conflito entre Israel e palestinos. Além de tudo, ela revela a pouca memória, ou mesmo ignorância das autoridades sobre assuntos do mundo.
Israel discorda da resolução apresentada pelos ministros

 
Por:  Adriano Costa Pereira    |      Imprimir