Categoria Geral  Noticia Atualizada em 09-01-2010

Verba para conter encostas é menor do que para propaganda em
Mesmo com o histórico de problemas no verão devido às chuvas, a Prefeitura de Angra dos Reis previu para este ano investir em contenção de encostas menos da metade do gasto estimado com publicidade. O orçamento prevê R$ 2,2 milhões em divulgação da cidade
Verba para conter encostas é menor do que para propaganda em
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A Promotoria também vai fiscalizar a aplicação dos R$ 80 milhões recebidos pelo município do governo federal para medidas emergenciais contra os resultados das chuvas. Outro inquérito vai avaliar a concessão de licenças para construção e omissão na fiscalização do território da cidade.
"O orçamento mostra que a prefeitura considera mais interessante promover suas ações que prevenir. Assim, uma tragédia dessas, infelizmente, não surpreende", critica Ivan Marcelo, do Instituto Socioambiental da Baía de Ilha Grande.
A reportagem do jornal O Dia tentou contato com o prefeito Tuca Jordão durante toda a tarde de ontem. A assessoria da prefeitura informou que não conseguiu contato com Jordão, mas que, por causa dos deslizamentos ocorridos no Réveillon, o orçamento está sendo revisto. A assessoria informou ainda que há previsão de mais verbas da União e do estado para contenção de encostas.
Na terça-feira, o MP começou a apurar de quem é a responsabilidade pelas 52 mortes ocorridas na Enseada do Bananal, na Ilha Grande, e no Morro da Carioca, em Angra. No dia seguinte, abriu inquérito para fiscalizar a aplicação dos recursos da ordem de R$ 80 milhões recebidos da União.
"Município, estado e União têm dois dias para se pronunciar sobre o assunto", afirmou o promotor Bruno Lavorato Moreira Lopes. Ontem, audiência pública para discutir impactos das chuvas na cidade reuniu deputados, técnicos, moradores e o procurador Fernando Lavieri. Não havia representante da prefeitura.
Ordens judiciais para evitar tragédias são descumpridas
Sete anos depois do deslizamento que matou 40 pessoas no bairro Areal, em Angra, o poder público ainda não cumpriu as determinações da Justiça Federal para evitar novos problemas. No local, a chuva é motivo de medo para moradores.
A tragédia no Areal ocorreu em 9 de dezembro de 2002, quando choveu em menos de 24 horas o que choveria em dois meses em condições normais. Além das mortes, a tempestade deixou 1.500 desabrigados.
Em ação civil pública movida por uma ONG, a Justiça Federal determinou que a prefeitura construísse barreiras de contenção e fizesse obras em galerias de águas pluviais. Ao Dnit, ordenou reparos nas galerias de águas pluviais no trecho da BR-101 em Angra. Já ao governo estadual, a ordem era para que desassoreasse o Rio Japuíba, da foz até os limites do Horto Municipal.
Ontem, primeiro dia de chuvas em Angra após a tragédia da virada deste ano, no Areal, a merendeira Maria Elenice, 52 anos, voltou a conviver com a lama que entra em casa sempre que chove. Recentemente, ela fez um buraco na parede de casa para ajudar no escoamento das águas. "Angra se desmancha quando chove", comparou. O Rio Japuíba, com obras interrompidas, continua transbordando a cada chuva. Autora da ação, a advogada Marilda Modesto Rodrigues diz que o desastre deste ano foi uma tragédia anunciada: "Já havia ocorrido em 2002 e ninguém tomou providências".
A Prefeitura de Angra informou que recorre da decisão da Justiça Federal.


Mesmo com o histórico de problemas no verão devido às chuvas, a Prefeitura de Angra dos Reis previu para este ano investir em contenção de encostas menos da metade do gasto estimado com publicidade. O orçamento prevê R$ 2,2 milhões em divulgação da cidade e de ações do governo, e R$ 1 milhão para reforçar encostas. Ontem, o Ministério Público estadual (MP) anunciou a abertura de inquérito para apurar responsabilidades pelos deslizamentos que mataram 52 pessoas desde o dia 31 em Angra e Ilha Grande. Duas pessoas estão desaparecidas.
Verba para conter encostas é menor do que para propaganda em Angra

Fonte: Terra
 
Por:  Joilton Cândido Vasconcelos    |      Imprimir