Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 13-01-2010

REVENDO NOSSOS CONCEITOS
A hist�ria de nossa sociedade sempre nos mostrou a interioriza��o da mulher que sempre foi subordinada aos des�gnios de uma sociedade masculinizada e capitalista.
REVENDO NOSSOS CONCEITOS
Foto: Hudson Giovanni

A hist�ria de nossa sociedade sempre nos mostrou a interioriza��o da mulher que sempre foi subordinada aos des�gnios de uma sociedade masculinizada e capitalista.

Com a quebra desses paradigmas, atrav�s de movimentos feministas, gays e l�sbicos, esses grupos, antes subordinados pelo machismo conquistaram lugar de destaque no mundo dominado pela figura do homem, trazendo assim um grande choque cultural na "suposta" classifica��o de g�neros. Desta forma, iniciou-se uma disputa acirrada pelo poder, a sociedade masculinizada se viu perdendo espa�o e autoridade. Analisando as propostas e concep��es de Foucault, concordamos que o poder deveria ser concebido como uma estrat�gia e n�o, portanto, como um privilegio ou algo que algu�m se aproprie, segundo ele, poder remete a manobras t�ticas, estrat�gias, que por sua vez em uma sociedade igualit�ria onde todos tenham direitos e deveres iguais, e inclusive a liberdade de opini�o, exercendo a democracia.

Segundo a linha de raciocino de Joan Scott, as lutas feministas concentram-se em primeiro instante, em uma reinvindica��o entre homens e mulheres, uma igualdade social, pol�tica e econ�mica. Cr�ticos deste movimento feminista levantaram questionamento, afinal, o que querem as mulheres e o que buscam afirmar com "igualdade e diferen�a"?

Joan observa que toda essa teia de racioc�nio e movimentos se tornam uma falsa dicotomia (distin��o). Para a estudiosa n�o h� sentindo em reivindicar a igualdade para algo que s�o id�nticos, na verdade reivindica-se que sujeitos diferentes seja considerados n�o como id�nticos, mas sim como capazes dos mesmos atos e fun��es (equivalentes).

S� quem viveu � e vive - na pele a discrimina��o, sabe os problemas psicol�gicos e os tantos traumas causados por essa discrimina��o.

H� v�rios tipos de preconceitos, que v�o desde cultural aos f�sicos. Mas qual seria a diferen�a entre discrimina��o e preconceito?

A diferen�a � que o preconceito � a id�ia, j� a discrimina��o � a id�ia posta em pr�tica.

Estudiosas feministas tentam construir um conceito de g�nero desvinculado do "sexo". G�nero � uma constru��o social do sujeito masculino ou feminino, como sendo a maneira pessoal de se auto-definir, esta est� atentamente ligada � id�ia de manifesta��es externas na personalidade, de modo mais simples, acreditamos que identidade de g�nero seria com um r�tulo dado pela sociedade em fun��o do comportamento e da apar�ncia esperada, sendo assim, dar-se por identidade de g�nero, ou identidade singular em um conceito mais espec�fico de g�nero, uma esp�cie de imagem que cada sujeito constr�i de si mesmo a partir do momento que este se torna um ser que vive em sociedade, h� estudos sobre tese que defende que esta constru��o se inicia desde o nascimento.

O legado nos deixado pela sociedade ocidental moderna, foi fazer com que nossas institui��es de ensino (escolas) ao inv�s de educar, tanto profissionalmente quanto para a vida em sociedade, cumprindo seu papel de agente multiplicador de uma sociedade igualit�ria, desde seus prim�rdios vem classificando e ordenando a distin��o dos g�neros, excluindo assim, as multiplicidades.

A escola no decorrer da forma��o de seus cidad�os, acabou por padronizar o comportamento sociocultural de seus alunos, construindo assim, uma classifica��o dos g�neros como refer�ncias. Essa problematiza��o do comportamento foi implantada no subconsciente da sociedade, tornando-se parte de sua ess�ncia. Ainda hoje vemos nas institui��es de ensino, que as pr�ticas escolares continuam imprimindo sua marca distintiva sobre os alunos, atrav�s de um mecanismo discreto que continua formando uma sociedade excludente.

N�o podendo deixar de ser mencionado o sexismo e a homofobia, ou seja, a n�o aceita��o de meninos e meninas homossexuais, ou at� mesmo aqueles que n�o possuem o modelo de padroniza��o imposto pela sociedade, como por exemplo, meninos que se destacam nas atividades escolares e suas disciplinas, sendo vistos e tachados como gays; e meninas com aptid�o � brincadeira mais en�rgicas, vistas assim como diferentes (l�sbicas). O que era espera pela escola ou que era considerado natural seria o fato de que meninos e meninas tivessem tratamentos diferentes, pois, era esperado que meninas fizessem atividades mais calmas e meninos mais agitadas. Tamb�m na sociedade gra�as a praticas homof�bicas, gays e l�sbicas foram e s�o ate os dias atuais expostos e tachados �s goza��es de seus colegas, nas salas de aula e at� mesmo em meio � sociedade externa.

Dentre as v�rias formas de discrimina��o, as mais freq�entes s�o contra os homossexuais, negros, pessoas de condi��o econ�mica inferior e deficientes f�sicos e mentais.

Por�m devemos nos perguntar, para que adianta termos todo esse ego e termos toda essa atitude com os outros, sendo que iremos todos para o mesmo lugar, ou seja, a sete palmos debaixo da terra, sem contar que perante a lei, todos n�s somos iguais, independente de nossa orienta��o afeto-sexual, religi�o, pigmenta��o da pele e etc.

As respostas, teoricamente, s�o mais simples as perguntas. A resposta para todas essas perguntas � que a sociedade � educada do ber�o para ter esse pensamento sobre os outros.

Outra vitima da classifica��o social foi, e �, a imagem do professor. A sociedade sempre viu a imagem do professor vinculada � figura materna, as professoras eram compreendidas como "a M�e", os alunos deveriam ser tratados como filhos. Como qualquer outro grupo social, os professores e professoras tornam-se objetos de representa��es. Professoras foram vistas como "solteironas", modelos de virtude; os professores (homens) foram expostos como bondosos orientadores espirituais, e tamb�m como severos educadores, s�bios mestres e exemplos de cidadania. O magist�rio em atividade implica amor e dedica��o, onde as mulheres professoras precisavam ser compreendidas como figura materna, contudo, essa era uma mulher falha, que n�o havia se casado, que n�o teria filhos, uma vez que ser m�e estava implicitamente ligado ao casamento, este seria um fardo a ser carregado, por�m, ela seria uma mulher que tinha instru��o mais elevada, trabalha fora do lar, com possibilidade de circula��o pelo espa�o pol�tico, tento tamb�m renda pr�pria, sendo assim capaz de se auto-sustentar e possivelmente ter dependentes financeiros, portando, diferente das demais mulheres.

H� v�rios pontos e v�rios questionamentos sobre esse assunto que parece estar sendo mais comum do que a qualquer coisa e presumo que se quiser acabar com a desigualdade e fazer esse Pa�s um lugar melhor e igualit�rio, precisamos nos conscientizar que perante a Constitui��o e o Estado democr�tico de direito, todos somos iguais, independentes de ra�a, orienta��o afeto/sexual, credo ou qualquer forma de auto-classifica��o sociocultural e econ�mica.

Ent�o o que falta ao povo � conscientiza��o, porque todos merecem um pouco de dignidade humana, e isso inclui respeito �s diferen�as! J� esta mais do que na hora de nossa sociedade, e cada um de n�s, revermos nossos conceitos, principalmente sobre n�s mesmo. Um mundo melhor come�a por uma pessoa melhor, uma casa melhor, uma rua melhor, um bairro melhor, uma cidade melhor...



[Nota] do Colunista: Texto com colabora��o de Junior Paradizo.






    Fonte: Reda��o Maratimba.com
 
Por:  Hudson Giovanni    |      Imprimir