Categoria Geral  Noticia Atualizada em 28-01-2010

Secretário de Marataízes viveu no Haiti
"Lá conheci a verdadeira face da miséria, desnutrição, fome ao extremo".
Secretário de Marataízes viveu no Haiti
Foto: José Rubens Brumana

Por seis meses o secretário de Saúde local Antônio Carlos Soares de Azevedo fez parte do 3º contingente enviado em conjunto pelo Exército e Marinha de 1200 homens para fazer parte da Força de Paz da ONU, capitaneada pelo Brasil. "Lá conheci a verdadeira face da miséria, desnutrição, fome ao extremo. Na capital Porto Príncipe as pessoas fazem suas necessidades fisiológicas na rua. Esse terremoto me abalou profundamente", enfatizou Carlos da Marinha - como é tratado carinhosamente.

Foi em dezembro de 2006 a julho de 2007, que o contingente batizado da Jaurú partiu para essa missão. O então sargento e psicólogo, hoje na reserva, teve contato com o país mais miserável do ocidente. "A diferença social no Haiti é marcante. Os ricos moram em casas luxuosas nos morros e a população pobre em bairros como Cidade do Sol onde falta toda uma infra-estrutura para se viver. O que me chamou a atenção durante as patrulhas era a quantidade de corpos de pessoas assassinadas nas ruas. Por outro lado o povo é extremamente simpático e trabalhador", diz.

Pensa nos amigos que fez no país e principalmente as crianças onde realizavam atividades educacionais e físicas. "Espero que estejam todas com vida. Apeguei-me muito as crianças. Muitas queriam vir para o Brasil. Difícil mensurar a alegria das pessoas em receber um simples pedaço de pão e um carinho".

O secretário de Saúde presenciou cenas chocantes, mas uma marcou em especial. "As pessoas faziam um biscoito feito de barro misturado com óleo e manteiga. Muitos comiam somente isso ao dia. Existem pessoas privilegiadas que reclamam desejando sempre mais e outras comendo barro". Os lugares onde morou não foram atingidos pelo terremoto, numa faculdade desativada e depois num container. "Mas fiquei no posto avançado a trabalho onde morreu a maioria dos militares".

Carlos Azevedo acredita que o mundo todo esteja voltado para recuperar esse país que foi o primeiro a se libertar dos colonizadores em 1802. "O povo é inteligente e sua população guerreira saberá erguer-se dos destroços e construir um novo país", sentenciou.


    Fonte: Redação Maratimba.com
 
Por:  José Rubens Brumana    |      Imprimir