O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke
Foto: http://jccavalcanti.files.wordpress.com Washington, 24 fev (EFE).- O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, disse hoje que o banco central provavelmente manterá as taxas de juros baixas por um "longo" período de tempo e que o mercado de trabalho continua "bastante frágil".
Bernanke fez sua avaliação em um comparecimento à Comissão de Serviços Financeiros da Câmara de Representantes.
O chefe do Fed colocou em dúvida o vigor da economia americana, apesar do crescimento de 4% no segundo semestre do ano passado.
Em sua opinião, grande parte da retomada dos estoques, que é temporário, se deve ao estímulo orçamentário, que diminuirá neste ano.
"Uma recuperação sustentável dependerá do crescimento contínuo da demanda de bens e serviços por parte do setor privado", disse Bernanke.
A demanda subiu de forma "moderada", graças ao aumento do consumo, o investimento e o comércio internacional, mas ao mesmo tempo o setor imobiliário segue com problemas, especialmente na construção comercial, onde a atividade caiu "drasticamente", segundo Bernanke.
O departamento de Comércio informou hoje que as vendas de imóveis novos caíram 11,2% em janeiro a uma taxa anualizada de 309 mil unidades, a mais baixa desde 1963.
Para a maioria dos analistas, levando em consideração o incentivo tributário dado pelo Governo do presidente Barack Obama, a expectativa é que as vendas subiriam a uma taxa anualizada de 355 mil unidades.
No que diz respeito ao mercado de trabalho, Bernanke percebe sinais que o ponto de inflexão está perto, dado o arrefecimento da perda de emprego, mas mesmo assim o setor continua "bastante frágil", afirma.
O chefe do Fed está preocupado especialmente com o aumento do emprego no longo prazo, por seus efeitos negativos sobre a preparação dos trabalhadores e seus salários.
Diante desse panorama, ele afirmou que a entidade "provavelmente" deixará a taxa básica de juros "excepcionalmente baixa por um período de tempo prolongado". Atualmente está em torno de zero.
À medida que a recuperação tome força, o Fed endurecerá as condições monetárias para impedir a inflação, informou Bernanke.
Em 18 de fevereiro, o Federal Reserve elevou 0,25 pontos percentuais a taxa de juros cobrada pelos bancos nos empréstimos de emergência, para 0,75%, com o que retrocedeu uma das medidas extraordinárias adotadas em meio à crise.
O banco central enfatizou que "não estão previstas mudanças que levem as condições financeiras mais restritivas para as famílias e as empresas, e não assinalam nenhuma mudança nas perspectivas para a economia e na política monetária". EFE
Presidente do Fed diz que provavelmente manterá juros baixos
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke
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