O presidente venezuelano, Hugo Chávez
Foto: AFP CARACAS — O presidente venezuelano, Hugo Chávez, criticou nesta quinta-feira o informe da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) sobre a Venezuela, afirmando que o documento é "vergonhoso".
"Vimos o informe da inefável Comissão Interamericana de Direitos Humanos. É uma colcha de retalhos", disse Chávez em uma coletiva de imprensa em Caracas.
"Não vale a pena responder a essa gente. É um lixo. O que devemos fazer é pegar o acordo no qual a Venezuela se inscreveu e sairmos dele", falou.
"Isto é detestável. É a mesma comissão que apoiou Carmona aqui", acrescentou o presidente ao se referir a Pedro Carmona Estanga, líder do golpe de Estado na Venezuela em 2002 que tirou Chávez do poder por dois dias.
O presidente leu fragmentos de um documento enviado pela CIDH ao governo durante o golpe de Estado, em que a Comissão pedia informações sobre a situação de Chávez, que se encontrava preso. Ao chegar no nome do secretário-executivo do organismo enquanto lia o texto, Chávez disse, em tom de zombaria: "Santiago Cantón, excremento executivo".
A CIDH divulgou na quarta-feira um informe de quase 300 páginas onde afirma que o Estado de direito na Venezuela se debilitou pela falta de separação dos poderes, e alertou sobre as "sérias restrições" aos direitos humanos.
No texto, a CIDH observa um "enfraquecimento do Estado de Direito e da democracia na Venezuela" que "tem como consequência sérias restrições ao pleno gozo dos direitos humanos" no país.
"É parte da agressão permanente, a ameaça permanente de isolar a Venezuela", falou o presidente.
Além disso, Chávez destacou que a publicação do informe "coincide com a visita de Hillary Clinton a América Latina, do chefe da CIA (agência norte-americana de inteligência) a Bogotá e com a provocação em Cancún".
O presidente se referia à discussão que teve com o presidente colombiano Alvaro Uribe em uma conferência do Grupo do Rio realizada em Cancún.
A Comissão destacou que o informe foi elaborado sem uma visita de observação ao país, já que o governo de Hugo Chávez se nega a autorizá-la desde 2002.
Chávez chama relatório da OEA de "vergonhoso"
O presidente venezuelano, Hugo Chávez
Fonte: AFP
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