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Após terremoto, Chile sofre com onda de saques
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Homem observa na madrugada deste domingo os estragos em sua casa
Foto: AFP O Chile enfrenta neste domingo uma onda de saques surgida após o terremoto de magnitude 8,8 que atingiu o país na madrugada de sábado, matando pelo menos 300 pessoas e deixando mais de 2 milhões de desabrigados. Pelo menos uma centena de pessoas invadiram um supermercado na cidade de Concepción, a segunda maior do país, e foram repelidas pela polícia.
Segundo o jornal chilenho La Tercera, os saqueadores saíam do local levando máquinas de lavar roupas, televisores, alimentos e tudo o mais que conseguissem carregar. "Temos que comer", disse uma mulher à televisão estatal, enquanto observava outras pessoas fugindo com caixas de leite e outras mercadorias na mão, como eletrodomésticos e televisores de plasma.
"Não temos alimentos. Precisamos de leite para nossas crianças", indicou um homem, em meio aos jatos dágua e ao gás lacrimogêneo lançado pela polícia. Em Concepción, o comércio não funciona desde o terremoto de sábado, e a população começa a sentir os efeitos do desabastecimento de água e alimentos.
As autoridades pediram o apoio das forças armadas para controlar a situação. "Se não conseguirmos resolver neste domingo o problema da comida, teremos uma situação muito complicada", declarou Jacqueline Van Rysselberghe, prefeita de Concepción. Segundo ela, o subsecretário do Interior, Patricio Rosende, a comunicou que um avião deverá chegar a Concepción na tarde deste domingo com alimentos para entregar à população.
Novo tremor - O Chile voltou a ser sacudido neste domingo por uma réplica do terremoto de 8,8 graus. O Centro de Pesquisas Geológicas dos Estados Unidos registrou um abalo de magnitude 6,1 às 8h25 do horário local (o mesmo de Brasília), província de Libertador O Higgins, a 145 quilômetros ao sul da capital Santiago.
O novo tremor, ocorrido no continente, foi localizado a uma profundidade de 32 quilômetros. Ainda não há informações sobre vítimas ou danos a prédios ou casas. O terremoto de sábado deixou mais de 300 mortos e dois milhões de desabrigados.
Mais de 50 tremores secundários foram registrados após o primeiro terremoto, segundo a diretora do Escritório Nacional de Emergência (Onemi), Carmen Fernández. Um deles, ocorrido na região de Salta (norte da Argentina), matou uma criança e um senhor de 70 anos.
Catástrofe - "Dois milhões de pessoas foram afetadas", disse a presidente do Chile Michelle Bachelet, acrescentando que serão necessários vários dias para avaliar "os danos da enorme devastação". Bachelet ainda emitiu uma mensagem de condolências e solidariedade às vítimas e pediu a todos seus compatriotas que se ergam para reconstruir um país acostumado com desastres naturais. Ela declarou "zona de catástrofe" seis regiões do país, o que permitirá liberar os recursos econômicos para ajudar a população do centro. O aeroporto da capital permanecerá inoperante até segunda-feira.
Tremor - O tremor de sábado abrangeu desde a região de Valparaíso (centro) até a dos Lagos (sul), ao longo de 1.000 quilômetros da geografia chilena. As regiões mais afetadas, segundo os dados reunidos até agora, são as de Maule, onde foi situado o epicentro do tremor, a 300 quilômetros de Santiago e de Bio-Bio, a 500 quilômetros da capital.
Ainda na manhã de sábado, Bachelet decretou estado de catástrofe e no fim da noite o Escritório Nacional de Emergência anunciou que o número de vítimas fatais já passava de 300. O número de mortos aumentou durante o dia devido aos tremores secundários.
O alarme de tsunami foi dado para Chile, Peru, Equador, Estados Unidos, Colômbia, toda a América Central, a Polinésia Francesa, além de regiões da Antártida. Pouco após o terremoto atingir o Chile, o Japão também entrou em alerta para possíveis tsunamis e foi confirmado que um tsusami deve atingir o Havaí no fim da tarde
(Com agência France-Presse e Reuters)
Após terremoto, Chile sofre com onda de saques
Homem observa na madrugada deste domingo os estragos em sua casa
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Por:
Alexandre Costa Pereira |
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