Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 16-03-2010

AS DECISÕES QUE A VIDA TOMA POR NÓS

AS DECISÕES QUE A VIDA TOMA POR NÓS

Um homem de descendência índia, um dia se mudou para uma casa que tinha um quintal mal tratado, onde habitava, solitário, um pé de mexerica franzino. O homem, uma pessoa de "alma verde" resolveu cuidar da planta. Ele comprou terra com adubo e, com todo o cuidado do mundo, transplantou a árvore para um lugar central no quintal, já imaginando a sua breve recuperação. Mas a planta não se desenvolvia. Passaram-se meses e os sinais de melhora eram poucos. Passaram-se anos e, enfim, a árvore deu uma flor. Na galha da flor nasceu um pequeno fruto, que se desenvolveu até o tamanho de uma mexerica média, e amadureceu. O rapaz colheu o fruto e o comeu feliz com aquela dádiva. Passaram-se 6 dias e a árvore morreu. A moral da história é que o rapaz chegou a algumas respostas para compreender melhor o ciclo daquela vida: 1- ele fez o que estava ao seu alcance, e estava feliz por isso. 2- a árvore retribuiu a generosidade dele com o que, de melhor, ela poderia oferecer. 3- ela morreu porque era esse o seu caminho, pois, chega uma hora em que não mais adianta a nossa interferência. Temos que deixar nas mãos de Deus porque à vontade d’Ele pertence o destino de todas as coisas.

Este relato, embora de muita simplicidade, me fez pensar em palavras como gratidão, consolo e aceitação. O consolo é um sentimento que, de maneira pontual, torna a nossa vida melhor, como tomar café quente em um dia frio de inverno. Ele nos aquece e adula o nosso coração. A aceitação é o caminho para viver a vida em plenitude, procurando entender que cada coisa, a seu modo, depende ou independe das nossas ações. Não podemos dizer que uma árvore seja grata a uma pessoa, mas, se conseguirmos deixar de lado o pensamento puramente racional e colocarmos um pouco de misticismo na nossa visão, veremos que nós e os outros elementos da natureza, somos seres repletos de energia, todos susceptíveis às mesmas forças e às mesmas regras.

E os elementos da natureza se integram e se complementam, de uma maneira geral. O fruto que cai vira alimento do pássaro, e a semente garante o início de uma nova vida. A folha que cai cede seus nutrientes à terra, que por sua vez os cede à árvore, e assim sucessivamente.

Os ciclos de vida, embora distintos, obedecem à mesma dinâmica, que se inicia com o nascer e se finda com o morrer. Entre esses dois eventos, transcorre cada existência, vegetal, animal, hominal. Os vegetais são seres vivos que possuem estruturas menos complexas que os animais, na base da cadeia evolutiva de Darwin. Aos animais mais evoluídos em complexidade de funções, eu atribuo o pensamento, embora essa convicção seja pessoal. Quanto aos homens, creio que a diferença das demais espécies não seja a dita "racionalidade", e sim a consciência da própria existência, pois nós possuímos potencialidades para entender e direcionar a nossa vida e temos também a capacidade da reflexão. Espero que saibamos usar esse poder da reflexão para vivermos cada vez melhor.

Há duas semanas, a minha amiga Nadine perdeu uma cachorrinha, a Meggie. Com pouco mais de um ano, a cachorrinha da raça yorkshire era a alegria da casa, e transbordava saúde, mas contraiu uma doença transmitida por carrapatos e, em pouco mais de uma semana, morreu.

Fonte: A Autora
 
Por:  Isabella Marinuzzi    |      Imprimir