Categoria Politica  Noticia Atualizada em 30-03-2010

"Não houve, na Bancoop, contribuição a partidos", diz Vaccari
O ex-presidente da Bancoop João Vaccari Neto, durante audiência conjunta da Comissão de Direitos Humanos e da Comissão de Meio Ambiente.

Foto: Márcia Kalume - Agência Senado

Rafael Targino

O tesoureiro do PT e ex-presidente da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), João Vaccari Neto, disse nesta terça-feira (30), que a instituição não contribuiu a partidos políticos. A cooperativa estaria envolvida em um suposto esquema, investigado pelo Ministério Público de São Paulo, de desvio de dinheiro a campanhas do PT.

O depoimento dele começou por volta do meio dia na sessão conjunta das comissões de Direitos Humanos e Meio Ambiente do Senado. Ele é suspeito de participar de um suposto esquema, investigado pelo Ministério Público de São Paulo, de desvio de dinheiro da Bancoop para campanhas do PT.

"Não houve superfaturamento na Bancoop sob nenhuma hipótese. Não houve, na Bancoop, contribuição a partidos políticos", disse Vaccari, em resposta a questionamentos do senador Álvaro Dias (PSDB-PR).

Ele negou que tenha recebido dinheiro do suposto esquema. "A acusação de que me entregavam envelopes em dinheiro não procede. Nunca recebi dinheiro dentro de envelope, fora de envelope", afirmou. Vaccari disse também que não foram emitidas notas frias –segundo ele, todas "estão contabilizadas, pagas com as exatas medições de serviço."

Vaccari também negou qualquer esquema de caixa dois na cooperativa. "Não há operações de caixa 2 fraudulentas na Bancoop"

De acordo com o tesoureiro do PT, também não houve "saques milionários" da conta corrente da Bancoop.

Haviam sido convidados, também, o promotor José Carlos Blat, responsável pela investigação, Pedro Dallari, advogado da Bancoop, e o corretor Lúcio Bolonha Funaro. Deles, somente Dallari apareceu –Blat disse que havia um exame médico marcado para esta tarde em São Paulo. Segundo o presidente da comissão de Meio Ambiente, senador Renato Casagrande (PSB-ES), Funaro não justificou sua ausência.

Os quatro não foram convocados e, portanto, não seriam obrigados a comparecer à comissão. O pedido para que eles falassem na comissão foi feito pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR).

Ajuda
Na sessão do dia 17 de março em que foram aprovados os convites, cooperados da entidade pediram ajuda dos senadores para reaver dinheiro pago à Bancoop. Segundo os cooperados, três mil famílias sequer receberam os imóveis. Ao todo, cerca de 8,5 mil famílias tiveram problemas com a cooperativa, como a não entrega da escritura. Um dos cooperados chegou a chorar durante a audiência. Ele fez críticas ao tesoureiro do PT: "O Vaccari dorme de consciência limpa. Dorme mesmo, não tem consciência."

Vaccari é apontado pelo Ministério Público Estadual (MPE) como responsável pelo desvio de recursos na Bancoop) e diz que houve apenas "desequilíbrio financeiro". Além disso, ele nega que dinheiro da entidade tenha ido para campanhas eleitorais de seu partido. Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo" na semana passada, Vaccari responsabiliza os próprios cooperados por não terem obtido as chaves dos imóveis que adquiriram.

De acordo com Vaccari, quando assumiu a presidência da entidade foi feita uma auditoria contábil e de engenharia. "Os engenheiros disseram: "Tem problema nos preços. É muito baixo. Com esse preço, vocês não constroem", afirma. "Chamamos os cooperados e dissemos: "Amigos, com esse dinheiro dá para fazer duas torres, não três. Auditem para verificar." Alguns fizeram isso e estão tocando a vida. Outros não concordaram com o resultado."

"Não houve, na Bancoop, contribuição a partidos", diz Vaccari
Ex-presidente da cooperativa presta depoimento nesta terça no Senado.
Suposto esquema na Bancoop desviaria recursos para campanhas do PT.

Fonte:

Acesse o G1

 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir