Categoria Geral  Noticia Atualizada em 25-05-2010

Amorim volta a defender acordo com o Irã após críticas dos Estados Unidos
Hillary Clinton afirmou que carta de Teerã à AIEA sobre acordo nuclear está cheia de lacunas
Amorim volta a defender acordo com o Irã após críticas dos Estados Unidos
Foto: www.maratimba.com


O ministro de Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, afirmou nesta terça-feira, 25, que a carta que o governo do Irã enviou à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) "atende a todos os pontos que diziam respeito ao acordo proposto em outubro último, cujo objetivo é criar confiança". A afirmação foi uma resposta à crítica da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, de que a carta enviada pelo presidente do Irã à AIEA informando sobre o acordo fechado com o Brasil e a Turquia sobre a troca de urânio está cheia de lacunas.


Para Amorim, o "acordo não resolve o problema de enriquecimento de urânio a 20% e outros pontos, inclusive das usinas nucleares". No entanto, na opinião dele, "a partir desse acordo se poderá avançar em muitos outros pontos que serão esclarecidos".

O chanceler informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou na segunda-feira uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e duas mensagens aos presidentes da França, Nicolas Sarkozy, e da Rússia, Dmitri Medvedev, defendendo o acordo. "O presidente chama a atenção para o fato de que, se houver uma resposta positiva do Grupo de Viena (França, Rússia, Estados Unidos e AIEA) ao acordo, temos condições de criar um círculo virtuoso para avançar nesta questão e resolver outros problemas internacionais".

Em entrevista à imprensa brasileira em Buenos Aires, onde participou com o presidente Lula das comemorações do bicentenário argentino, Amorim opinou que as críticas dos EUA "vão ficar perdidas no bueiro da história".

O Irã notificou na segunda-feira (24) a AIEA, em Viena, sobre o acordo entre Irã, Brasil e Turquia para a troca de urânio, assinado em 17 de maio passado, em Teerã, durante visita do presidente Lula e do primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Para o governo norte-americano, o acordo não é satisfatório e não resolve os problemas de desconfiança sobre as intenções do governo iraniano de usar o urânio para fins bélicos.

Amorim afirmou que o ceticismo sobre a eficácia do acordo se deve às dificuldades "de algumas pessoas de se adaptar a uma nova realidade, o que é natural porque para um país muito grande, que lida com tantas questões internacionais, se adaptar a uma realidade nova é difícil". Para o ministro, o acordo "cria uma oportunidade que não pode ser desperdiçada. E, agora, a bola está no campo deles."


Hillary Clinton afirmou que carta de Teerã à AIEA sobre acordo nuclear está cheia de lacunas

Amorim volta a defender acordo com o Irã após críticas dos Estados Unidos




Fonte: Estadão
 
Por:  Joilton Cândido Vasconcelos    |      Imprimir