Categoria Geral  Noticia Atualizada em 31-05-2010

Mancha avança no Golfo do México, e desastre histórico segue sem solução
A companhia British Petroleum (BP) se prepara neste domingo para tentar novamente conter o derramamento de petróleo
Mancha avança no Golfo do México, e desastre histórico segue sem solução
Foto: EPA

Washington, 30 mai (EFE).- A companhia British Petroleum (BP) se prepara neste domingo para tentar novamente conter o derramamento de petróleo no Golfo do México, que, em todo caso, só solucionará parcialmente o que a Casa Branca já considera "possivelmente" o pior desastre ecológico da história dos Estados Unidos.

Após o anúncio da BP, no sábado, sobre o fracasso do "top kill" - uma tentativa de sufocar o fluxo com uma injeção de lama pesada - um sentimento claro de decepção reinou hoje nas declarações das partes envolvidas no problema.

O Governo federal, a BP e os estados atingidos pela maré negra já falam abertamente que o vazamento pode durar até agosto, quando estarão completos os dois poços alternativos que estão sendo perfurados e que aparecem agora como a única solução definitiva para o problema.

Em declarações ao programa "Meet the Press", do canal "NBC", a assessora para energia e meio ambiente da Casa Branca, Carol Browner, disse neste domingo que o derramamento é possivelmente o pior desastre ecológico já enfrentado pelo país.

"Isso quer dizer que há mais petróleo fluindo no Golfo do México que em qualquer outro momento de nossa história", disse Carol Browner, colocando, assim, o desastre acima do naufrágio do Exxon Valdez, no Alasca, em 1989.

A assessora da Casa Branca alertou que é possível que o petróleo siga vazando até agosto, quando estarão completos os dois poços alternativos.

Segundo ela, o Governo "está preparado para o pior", que seria a possibilidade de que nenhum dos métodos de contenção nesse meio tempo funcione.

Depois que admitiu o fracasso do "top kill", a companhia prepara agora um novo método para conter o petróleo. No entanto, advertiu que, em todo caso, não será uma solução completa, só paliativa à espera dos novos poços.

A nova estratégia prevê serrar, com submarinos robôs, o encanamento rompido de onde sai o petróleo e cobrir o resto com o que é basicamente um gigantesco funil, através do qual se passaria o óleo a navios na superfície.

Segundo a BP, a tentativa demorará entre quatro e sete dias para ser colocada em andamento. A companhia petrolífera disse que não tem garantias de que o sistema funcionará, pois nunca foi tentada à profundidade de agora - 1.500 metros - e o funil não recolherá todo o petróleo derramado.

No mesmo "Meet the Press", o diretor de gestão da BP, Robert Dudley, disse que a companhia poderá saber até o fim da próxima semana se a nova manobra terá sucesso.

Para ele, a engenharia necessária para o sistema é mais simples que o método da injeção de lama.

No canal "CNN", Bill Nungesser, responsável pelo condado de Plaquemines, um dos mais atingidos pela maré negra, deixou claro o profundo desânimo entre os habitantes da região.

Nungesser disse que o anúncio do fracasso o havia "destruído". Ele afirmou ainda não ter grandes esperanças de que a nova tentativa dê resultado e que, por outro lado, aguarda a instalação dos poços secundários.

Na cadeia de TV "ABC", o ex-secretário de Estado Colin Powell assinalou que o presidente americano, Barack Obama, deveria ter comunicado antes, em discurso, os esforços do Governo para impedir o derramamento.

O vazamento se tornou o pior da história uma vez que os cientistas corrigiram seus cálculos e agora consideram que a fuga alcança entre 12 e 19 mil barris diários de óleo.

O derramamento começou em 22 de abril, após a explosão da plataforma petrolífera Deepwater Horizon.

O diário "The New York Times" publica hoje que a BP já tinha desde o ano passado preocupações sobre a segurança do poço, em particular com a válvula que deveria fechá-lo em caso de acidente - que não funcionou em abril - e o revestimento dos encanamentos.

Mancha avança no Golfo do México, e desastre histórico segue sem solução

A companhia British Petroleum (BP) se prepara neste domingo para tentar novamente conter o derramamento de petróleo

Fonte: EFE
 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir