Categoria Politica  Noticia Atualizada em 20-07-2010

Entrevista com Roberto Valadão
“Houve uma conspiração montada por um grupo que queria o poder”
Entrevista com Roberto Valadão
Foto: Hoje Noticias

Ex-prefeito, ex-deputado Federal, ex-vereador, ex-deputado estadual. Estes são apenas alguns dos muitos itens presentes do currículo político de Roberto Valadão. Em 2010 ele tentará uma vaga na Assembléia Legislativa do Estado. Em entrevista ao HOJE ele comenta o papel do deputado na casa de leis estadual e sobre a modificação do cenário político capixaba nas próximas eleições.

HOJE Notícias - No final da década de 70, o Senhor foi eleito deputado estadual e, ao contrário dos outros cargos públicos em seu currículo, esta foi a única vez que o senhor foi membro do legislativo do Estado. Seria este o motivo desta candidatura em 2010?

Roberto Valadão
- Não. Pretendo agora colaborar para a volta ao debate, tão necessário neste momento. É uma necessidade sentida. Depois de alguma exacerbação, é verdade, o Legislativo Estadual silenciou, como que envergonhado de alguns excessos. Voltar ao debate está, também, no contexto da minha trajetória. Volto sempre que me é possível, impulsionado por uma crua certeza: é ele, o debate, que joga luz sobre as incertezas.

HN - O Senhor acredita que o Sul do Estado tem condições de ser bem representado pelos próximos quatro anos?

RV
- Acredito. O Sul tem bons candidatos e histórica tradição de participação na representatividade política, tanto estadual quanto federal. Participei, há dias de um encontro, em Guaçuí, no qual se debateu a necessidade de defesa do chamado Voto Sul, que é nada mais do que uma proclamação sentida para resgatar o poder político da região.

HN - O seu último mandato de prefeito foi bastante conturbado e terminou em seu afastamento da prefeitura um mês antes do mandato terminar.

RV
- Houve uma permanente conspiração montada por um grupo da Administração, que visava o poder a qualquer custo. Apesar desse "cupim" no sistema político-administrativo, que causou prejuízos ao município e à imagem política de todas as lideranças no poder, o município teve o melhor período da saúde, com o atendimento preciso e sem reclamações, a educação foi reconhecida como a mais eficiente e incontestável qualidade, com o IDEB acima do Estado e da União; o social, com um bom destaque ao Prato Cheio, aplaudido por todas as entidades e pelo povo; a cidade limpa, sem lixão, organizada e protegida, totalmente iluminada, sem buracos, as vias todas restauradas com asfalto de qualidade, as principais drenagens construídas – restauradas as existentes; a estrutura administrativa devidamente atualizada. O afastamento foi um golpe político sujo. Não havia motivo, muito menos crime. O grupo da conspiração atraiu reforço, já dentro do processo político. A ânsia pelo poder os uniu. Envolveram-se autoridades. O espetáculo para agradar aquela parte da um dia desprovida de qualquer simpatia pela verdade foi feito. O resultado de tudo está ai.

HN - Mas os problemas com a prefeitura ainda não terminaram, certo?
RV
- Terminaram. As sobras, quando aparecerem, são de todos e fazem parte de qualquer processo.

HN - O senhor acha que este novo processo poderá atrapalhar sua campanha agora em 2010?
RV
- Não. Não há crime. O processo é sempre assim para todos os administradores públicos. Um relatório, uma conta, um instrumento com pequeno erro, embora apenas técnico, tudo exige reparos. Voltam. Reparados, vão para o arquivo. O Ministério Público tem feito muitas denúncias, atendendo a preceitos constitucionais, no mais às vezes sob suspeita de improbidade administrativa. Quando a denúncia é aceita pela justiça, o processo se abre para o contraditório.

HN - Como o senhor espera que será o trabalho de um deputado Estadual agora, 30 anos depois de seu primeiro mandato?

RV
- Propor sempre o debate e estar preparado para debater, até que se detenha conhecimento do problema, para, com isso formular a proposta, que, enfim, apresente a solução. O deputado deve representar com altivez e dignidade a população que o elegeu, na busca de melhorias para a sua região e representar, sim, o Estado quando questões amplas culminam o interesso de toda a população. Apesar disso, não descuidar nunca do dever de fiscalizar, principalmente, a execução orçamentária, o emprego de recursos públicos, o atendimento devido ao povo. Depois vem o mais óbvio; manter assiduidade ás sessões, às reuniões das comissões temáticas e aos trabalhos de comissões para as quais por designado e, finalmente, cumprir as leis e o Regimento Interno da Casa com absoluto rigor.

    Fonte: Hoje Notícias
 
Por:  Roney Moraes    |      Imprimir