Categoria Geral  Noticia Atualizada em 22-07-2010

CNBB retira do site artigo de bispo que pediu voto contra Dilma Rousseff
O artigo do bispo de Guarulhos,Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, que recomendava que os "verdadeiros cristãos e católicos não votem na candidata à presidência pelo PT, Dilma Rousseff," não está mais no site da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil(CNBB).
 CNBB retira do site artigo de bispo que pediu voto contra Dilma Rousseff
Foto:


A reportagem do Terra procurou o Secretariado Geral da CNBB, mas foi informada que apenas o padre Geraldo Martins estava autorizado a falar sobre o assunto. De acordo com a assessoria de imprensa, a comunicação seria difícil porque ele estaria palestrado em um evento em Aparecida (SP) e, por isso, não responde aos telefones da reportagem. O padre Geraldo, segundo os assessores, é o coordenador do site da instituição. O bispo Dom Luiz também não foi encontrado.

Apesar de ressalvar a importância da separação entre política e religião, Dom Luiz justificava o pedido contra Dilma pela posição do PT em relação ao aborto. "A liberação do aborto que vem sendo discutida e aprovada por alguns políticos não pode ser aceita (...) não temos partido político, mas não podemos deixar de condenar a legalização do aborto", escreveu o sacerdote.

Sob o título "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus", o texto de Bergonzini defende a interferência dizendo que a Igreja Católica deve se manifestar em campanhas eleitorais em casos em que um "partido ou candidato que torne perigosa a liberdade religiosa e de consciência ou desrespeito à vida humana e aos valores da família". O Bispo fez menção na nota aos Congressos Nacionais do PT de 2007 e 2010, no qual o partido ratificou o 3º Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH3), e se posicionou publicamente a favor da legalização do aborto.

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou em maio, no encerramento de sua 48.ª Assembleia Geral, em Brasília, uma declaração na qual incentivou os cidadãos a escolher "pessoas comprometidas com o respeito incondicional à vida, à família, à liberdade religiosa e à dignidade humana".

Mesmo sem referência à questão do aborto, ficou implícito, com a fala cardeal-arcebispo de São Paulo, D. Odilo Scherer, de que a Igreja não apoia candidatos que defendem a posição. "Além da descriminalização do aborto, há outras distorções inaceitáveis, como a união, dita casamento, de pessoas do mesmo sexo, a adoção de crianças por pessoas unidas por relação homoafetiva e a proibição de símbolos religiosos (em repartições públicas)", disse em coletiva.

Posição dos presidenciáveis
Até agora, nenhum dos três principais candidatos à presidência defendeu mudanças na atual legislação sobre o aborto. Em junho, durante entrevistas concedidas à imprensa em Porto Alegre, Dilma Rousseff, declarou que aborto é uma questão de saúde pública. "Um governo não tem de ser a favor ou contra o aborto. Tem que ser a favor de uma política pública", afirmou. "Aborto não é questão de foro íntimo meu, seu, da Igreja, de quem quer que seja; é uma questão de saúde pública." Nestes termos, segundo a ex-ministra, o aborto para ser possível tem de estar previsto em lei.

Serra manifestou posição semelhante em maio, no programa do Ratinho. "Eu não sou a favor do aborto. Não sou a favor de mexer na legislação. Agora, qualquer deputado pode fazer isso. Como governo, eu não vou tomar essa iniciativa", declarou o tucano.

Marina Silva se declara pessoalmente contrária à legalização, mas sugere a realização de uma consulta à sociedade. "Essa é uma responsabilidade do Congresso Nacional, mas considero que uma questão tão complexa e importante como essa deve ser decidida diretamente pela sociedade, através de um plebiscito", afirmou a candidata do PV.

Fonte: Terra
 
Por:  Joilton Cândido Vasconcelos    |      Imprimir