Categoria Geral  Noticia Atualizada em 28-07-2010

Governo colombiano levará à Unasul plano baseado em rendição
O Governo da Colômbia levará à reunião de chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul)
Governo colombiano levará à Unasul plano baseado em rendição
Foto: EPA

Bogotá, 28 jul (EFE).- O Governo da Colômbia levará à reunião de chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) convocada para esta quinta-feira em Quito um "plano de paz" baseado na desmobilização e rendição dos guerrilheiros que supostamente se estabeleceram na Venezuela.

A iniciativa é do presidente colombiano, Álvaro Uribe, quem a expôs como alternativa ao "plano de paz" que o Governo venezuelano anunciou que deve apresentar na reunião da Unasul.

A proposta da Venezuela foi anunciada no domingo passado por seu ministro das Relações Exteriores, Nicolás Maduro, quem a expôs de maneira breve perante a imprensa durante uma visita a San Antonio del Táchira, na fronteira oeste do país vizinho com a Colômbia, e o repetiu durante sua atual viagem pela América do Sul.

"Se lá na Venezuela eles têm um plano de paz, pois aqui (na Colômbia) também há", afirmou Uribe, que deixará o poder em 7 de agosto, em declaração divulgada hoje pela imprensa colombiana.

O presidente ressaltou que, se a Venezuela quer "ajudar que o problema guerrilheiro seja superado, que digam então à guerrilha que está lá (em território venezuelano) que se desmobilize".

Uribe disse que delegou ao chanceler colombiano, Jaime Bermúdez, essa "fórmula" para que apresente no encontro ministerial de Quito, convocado a pedido do Governo da Venezuela que, na quinta passada, anunciou a ruptura de relações diplomáticas com a Colômbia.

O líder venezuelano, Hugo Chávez, decidiu romper os laços em resposta à apresentação feita pela Colômbia no mesmo dia, em reunião na Organização dos Estados Americanos (OEA), onde denunciou que 1,5 mil integrantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército de Libertação Nacional (ELN) estão estabelecidos na Venezuela.

O chanceler Bermúdez disse ontem que se propõe a apresentar aos demais chanceleres da Unasul um "arsenal" de provas para apoiar a denúncia, como o fez na OEA o embaixador Luis Alfonso Hoyos, que mostrou fotos, vídeos, mapas e documentos.

Ontem, em declarações feitas ao término de uma visita a Medellín (Colômbia), Uribe defendeu novamente que "há caminhos claros" para superar o "problema guerrilheiro".

"Não nos deixemos sair desses caminhos", exclamou o presidente colombiano.

Segundo ele, pode ser uma armadilha frente à qual é necessário ter cuidado, porque "esta paz surge ao manter uma autoridade firme que se sustente nos valores democráticos".

Mais explícito que ele, Bermúdez rejeitou nesta terça a iniciativa de paz da Venezuela e seu pedido a uma retificação da postura colombiana.

"O verdadeiro plano de paz requer que não exista um lugar no mundo, nem físico nem político, onde as Farc ou algum grupo criminoso possam estar. O verdadeiro plano de paz é capturar esses criminosos onde quer que estejam", afirmou Bermúdez.

O chanceler indicou que o Governo da Colômbia foi claro com a Presidência temporária da Unasul, exercida pelo Equador, e com os chanceleres deste fórum formado pelos 12 países da América do Sul.

"A Colômbia considera indispensável que (em Quito) se discuta o mecanismo concreto e eficaz para evitar a presença das Farc na Venezuela e evitar que grupos criminosos organizados e terroristas estejam em qualquer país", ressaltou Bermúdez.

O chanceler enfatizou que, para a Colômbia, "não lhe passa pela cabeça um confronto ou uma agressão com um país-irmão".

"Os inimigos que a Colômbia tem são o narcotráfico e o terrorismo, e com qualquer país-irmão os maiores desejos (são) de amizade e de boa relação", complementou.

Governo colombiano levará à Unasul plano baseado em rendição de guerrilheiros

O Governo da Colômbia levará à reunião de chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul)

Fonte: EFE
 
Por:  Alexandre Costa Pereira    |      Imprimir