Categoria Policia  Noticia Atualizada em 29-07-2010

Pai de Eliza diz ter "sensação horrível" ao ver Bola
O pai de Eliza Samudio, Luiz Carlos Samudio, disse nesta quinta-feira, ao sair do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP)
Pai de Eliza diz ter
Foto: terra.com.br


O pai de Eliza Samudio, Luiz Carlos Samudio, disse nesta quinta-feira, ao sair do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP), em Belo Horizonte (MG), que viu o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, apontado pela polícia como executor da mulher. "Como todo assassino, me pareceu um homem frio. Foi uma sensação indescritível, horrível", afirmou. A defesa do ex-policial nega o crime. Bola ficou calado nos depoimentos à polícia mineira.
Samudio disse que Bola não o viu. Ele esteve no local para se reunir com delegados que investigam o desaparecimento da ex-amante do goleiro Bruno. O atleta e mais sete suspeitos do caso foram levados ao DIHPP hoje para procedimentos de identificação.
Luiz Carlos disse ainda que vai processar o defensor de Bruno, Ercio Quaresma, pelas declarações de que Eliza estaria viva e por ter incluído a jovem como testemunha no processo referente ao sequestro e lesão corporal contra Eliza no Rio, em 2009.
"É um drogado louco. Tem que provar o que diz. Inclusive trazer a Eliza, já que ele disse que ela está viva", afirmou. Samudio disse ainda que os delegados afirmaram que o inquérito está em fase final de relatório à Justiça.
O pai de Eliza disse também que sai do DIHPP "convicto" da participação de Bruno no crime. "As provas que a polícia tem são robustas, muito claras, da participação de todos os envolvidos", disse seu advogado, Sergio Barros da Silva.
Samudio afirmou ainda que quer que o clube Flamengo deposite em juízo o dinheiro que o clube supostamente deve a Bruno. Quaresma disse que o jogador teria cerca de R$ 1 milhão em salários atrasados.
Sobre o filho de Eliza, cujo pai seria Bruno, Samudio afirmou que vai lutar pela guarda do neto, e ainda criar uma organização para defender o cumprimento da Lei Maria da Penha, além de processar o governo do Rio por não dar proteção à mulher em 2009.
O caso
Eliza desapareceu no dia 4 de junho, quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano passado, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.
No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas dizendo que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. Durante a investigação, testemunhas confirmaram à polícia que viram Eliza, o filho e Bruno na propriedade. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a informação de que o bebê apontado como filho do atleta, de 4 meses, estava lá. A atual mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado. Por ter mentido à polícia, Dayanne Souza foi presa. Contudo, após conseguir um alvará, foi colocada em liberdade. O bebê foi entregue ao avô materno.
Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em depoimento, admitiu participação no crime. Segundo o delegado-geral do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP) de Minas Gerais, Edson Moreira, o menor apreendido relatou que o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola ou Neném, estrangulou Eliza até a morte e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.
No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Os três negam participação no desaparecimento. A versão do goleiro e da mulher é de que Eliza abandonou o filho. No dia 8, a avó materna obteve a guarda judicial da criança.

Fonte: Terra
 
Por:  Joilton Cândido Vasconcelos    |      Imprimir