Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 16-08-2010

Não me peçam votos
Fazendo coro a Manuel Bandeira, “estou farto do lirismo comedido. Do lirismo bem comportado. Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor”.
Não me peçam votos
Foto: www.maratimba.com



Aos candidatos um aviso: não me peçam votos, pois não hesitarei em dar por resposta um sonoro NíO, como já fiz a dois que me abordaram! Nenhum deles te procura quando você está desempregado por um mês, por dois meses, por seis meses.
Eu, como centenas de outros chefes de família, tive contas vencidas, aluguéis atrasados, armários vazios, compromissos adiados, em função do desemprego e eles, os que hoje se candidatam e vem me pedir votos, sabiam o tempo todo, como ainda o sabem.
Quantos pais, quantas mães têm de se submeter ao ridículo, se expor e implorar por um quilo de arroz, um quilo de feijão Brasil afora? Quantos hoje, bem próximos de nós, sem casa para morar, sem dinheiro para pagar aluguel, moram de favor ou se abrigam onde podem?
As promessas são as mesmas, venham de onde vierem. Há caras novas e veteranas, experiências e explosão de juventude, mas... como em "Poética", "estou farto do lirismo namorador. Político. Raquítico. Sifilítico. De todo lirismo que capitula ao que quer que seja...", portanto, chegou a minha vez de pedir: não me peçam votos!




    Fonte:
 
Por:  José Geraldo Oliveira (DRT-ES 4.121/07 - JP)    |      Imprimir