Categoria Opinião  Noticia Atualizada em 01-09-2010

TRAIÇíO E PSICOLOGIA
Ultimamente o meu consultório tem sido lugar de muita conversa sobre traição.
TRAIÇíO E PSICOLOGIA
Foto: www.maratimba.com


Resolvi então fazer algumas divagações sobre o tema, fundamentalmente baseadas na visão feminina das minhas clientes, pois a mulher assume muito mais o enfeite que lhe é colocado na testa. E, claro, pela minha própria visão de quem já foi traída.
Cem por cento das mulheres morrem de medo de serem traídas, embora digam que não.
Quase cem por centos dos homens traem, motivados pelas lendas dos peitos, pernas e bundas.
Está instalado o dilema.
Por mais que se tente banalizar a traição, ela é um dos maiores dramas da humanidade. Poemas, músicas e assassinatos mostram que essa rasteira muito comum pode vir acompanhada de choro, mágoa, escândalo e muito ódio.
A traição coloca o indivíduo diante do ódio, um sentimento com o qual não aprendemos a lidar, que nos seqüestra emocionalmente. Ódio, um sentimento muito próximo do amor e da paixão.
A descoberta de ter sido traído suscita vingança, pensamentos irracionais que muitas vezes a pessoa desconhece e não controla. Qualquer tentativa de resolução é um caos psíquico.
Paranóias e desconfianças se instalam no convívio e permanecerão por um longo tempo, porque mesmo que o perdão aconteça o traído conviverá com os escombros da sua desilusão.
A mulher cria fantasias e busca o homem ideal, seguro, inteligente e atencioso. A mulher busca e sempre buscará segurança. Antigamente essa segurança era encontrada no macho mais forte. Hoje, em pleno capitalismo, no macho mais poderoso.
Afinal, a dor da traição é a dor da perda de um investimento amoroso ou a de uma tola ilusão de que uma pessoa pode corresponder romanticamente ao perfil que você projetou?
Sofre-se por não ter atingido o sonho da fidelidade ou por não querer a imagem egóica manchada?
As famosas almas gêmeas não serão apenas duas pessoas que precisam de ajuda porque apresentam bloqueios iguais de origens diferentes e só por isso são tão parecidas?
Afinal, o que é traição?
Beijo na boca, paixão platônica, admiração, sexo, relações virtuais onde você projeta as suas fantasias?
A psicóloga Shirley Glass, PhD em Psicologia familiar, pesquisadora a 25 anos do assunto, diz que não é preciso haver sexo para ser infiel. Qualquer envolvimento romântico que quebre as expectativas em uma relação amorosa é devastador para uma união. E ela dá um alerta elegendo o ambiente de trabalho como o eixo do mal para que as traições aconteçam. As viagens, os almoços e as confidências tão freqüentes acabam forjando uma pseudo afeição que cruza a linha entre amizade e romance.
Mas essa história do que é traição fica para a segunda divagação. Até lá!

Fonte: A Autora
 
Por:  Ivilisi Soares Azevedo    |      Imprimir