Dissidente comunista e ex-deputada do PSD diz que a comunicação social é «complacente» com Havana e deveria exercer pressão para que Cuba seja livre
Foto: sarrabal.blogs.sapo.pt
A imprensa mundial deveria exercer pressão para acabar com o regime de Fidel Castro em vez de ser «complacente» e dar tamanho destaque às palavras do ex-Presidente de Cuba. As palavras são da dissidente comunista e ex-deputada do PSD, Zita Seabra.
Em declarações à Lusa, Zita Seabra comentou um artigo do jornalista Jeffrey Goldberg divulgado na página digital da revista mensal norte-americana «The Atlantic». O jornalista norte-americano, que se encontrou com o líder histórico cubano, diz que este reconhece que o modelo que implementou na ilha das Caraíbas não resulta.
«O modelo cubano já não funciona nem para nós», disse Fidel Castro, citado por Goldberg em resposta a uma pergunta sobre a manutenção da antiga aspiração cubana de exportar o modelo comunista de Havana para outros países.
Para Zita Seabra, Fidel Castro já devia ter partido «há 20 anos».
«Acho lamentável que a imprensa mundial lhe dê a importância que dá e não faça pressão para que Cuba seja finalmente um país livre», disse a ex-deputada do PSD, ao referir-se às palavras do dirigente que, em 2006, cedeu o poder ao irmão Raul Castro.
«Se ele [Fidel] fosse um ditador de direita toda a gente exerceria pressão» para o afastar, afirmou. Mas «como ele é um ditador de extrema-esquerda há uma complacência que infelizmente se traduz na prisão de todos os que divergem do seu regime», acusou.
«Mais do que olhar para o que ele diz é preciso pressionar para que ele se vá embora e para que Cuba finalmente tenha paz», afirmou ainda Zita Seabra, destacando o número de presos políticos e exilados que, com o fim do regime cubano, poderiam encontrar «a liberdade na sua pátria».
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