Com o passar do tempo, os eleitores foram percebendo a importância capital ($$) de SEU voto, e, aos poucos, foram exigindo algo em troca.
Em épocas passadas, na "Era do Coronelismo" (que seria a Primeira República – 1889/1930), os historiadores dizem que vigorava o chamado "Voto de Cabresto", no qual os eleitores eram obrigados a votar em quem seu "coronel" ordenasse, sob ameaças e na base do cacete. Ai de quem não votasse como fosse exigido!
O que mudou de lá pra cá? Praticamente nada! Apenas no lugar da dependência direta ao "coronel" entrou a dependência direta aos favores e benesses da máquina governamental (bolsa-esmola e etcetereetais).
Com o passar do tempo, os eleitores foram percebendo a importância capital ($$) de SEU voto, e, aos poucos, foram exigindo algo em troca.
É a chamada passagem do "Voto de Cabresto" para o "Voto Mercadoria". Votos são trocados por bolsas-esmolas, vales-gás etc., telhas, tijolos, vestidos, ou até mesmo o pirão no dia das eleições. Os mais esclarecidos trocam por possíveis favores no futuro.
Não foi uma "tomada de consciência" dos eleitores perceberem o valor capital do voto? Com certeza. "Consciência" é um termo ambíguo, sem grande utilidade pública, facilmente manipulado.
Digo isso ante o fato de que a partir do momento em que um cidadão não possui condições sociais e econômicas favoráveis para sobreviver de forma minimamente digna, não recebendo do Estado e de seus representantes o retorno devido, sendo "burlado", desta forma, pela maquinaria abstrata do Estado, todo o jogo de responsabilidade social fica comprometido, estando sujeito as suas deformações.
Daí a manutenção da ignorância, pois é mais fácil governar (enganar) os ignorantes. Os mais esclarecidos que apóiam o "sistema" o fazem, apenas, para manterem o status quo.
O fato é que sem uma garantia de retorno, todo o ideal de cidadania se compromete, e a chamada "consciência" se perde em um mar de ambigüidades.
Assim, exigir responsabilidade social de um povo mal assistido (mantido burro, boçal e ignorante) é querer dar murro em ponta de facas. O fato é que sem um retorno social-educativo por parte dos governos, nenhum povo há de prestar sua contrapartida votando com "consciência".
E, o que assistimos cotidianamente na vida pública é um desgoverno e uma grande falta de respeito para com o cidadão.
Até agora assim está minha intenção de votos e sugestão, mas estou receptivo a negociações e negociatas. Meu voto tem preço, sim. O de todos tem. A diferença está nos valores, prazos e grau de hipocrisia.
Voto para presidente em Marina Silva, mas o melhor pra mim é que a Dilma Roussef ganhe para que as 3 (três) ex-rádio-patroas continuem a receber entre 720 e 950 R$ dos benefícios (bolsa-esmola e penduricalhos) governamentais que graças a um influente amigo petista consegui para elas (sem serem pobres) como "pensões".
Senadores: Ricardo Ferraço, amigo da infância, o segundo voto, ainda não sei, Rita Camata, infelizmente, ao relatar o Estatuto da Criança e do Adolescente "passou a mão na cabeça" de bandidos de 12 anos, o que é fácil para quem tem segurança 24 horas e tem os filhos morando na Itália, já o Magno Malta, infelizmente, é "espetaculoso" demais em sua campanha contra a pedofilia.
Deputada Federal Sueli Vidigal, por causa de um amigo.
Governador Luis Paulo Veloso. Não voto em Casagrande, primeiro por uma amiga e, segundo, por ele ter aceito o jogo-sujo que retirou Ricardo Ferraço da corrida para governador, embora reconheça que política é isso aí.
Deputado estadual Marcos Vivacqua, amigo da infância, excelente pessoa, tem "pedigree", família tradicional e exemplar. A quem recusa seu nome sugiro Ferraço, que, felizmente, já está reeleito e por quem fico satisfeito pelo próprio e por um amigo.
Ou seja, voto igual a todo mundo: movido pelos mais diversos interesses pessoais, confessados ou não. E não há nada de errado nisso. Daí afirmar que posso mudar de voto de acordo com as conveniências.
Voto consciente. Consciente do que posso ou não ganhar com o meu voto.
Não há nenhuma, absolutamente nenhuma, pessoa que vote diferente. Tudo é interesse, o resto é hipocrisia.
O meu voto é útil. Aos meus interesses.
Manoel Manhães - [email protected]
Fonte: O Autor
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