Categoria Vírus & Cia  Noticia Atualizada em 22-09-2010

Polícia no RJ afasta PMs que estavam de ação em Cordovil
Quatro pessoas morreram baleadas, três não tinham passagem pela polícia. Policiais vão fazer atividades internas no batalhão até o fim da investigação.
Polícia no RJ afasta PMs que estavam de ação em Cordovil
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A Polícia Militar do Rio afastou de atividades nas ruas quatro policiais que participaram da operação que resultou na morte de quatro pessoas, no sábado (18) na Cidade Alta, em Cordovil, subúrbio do Rio. Eles irão fazer apenas atividades dentro do 16º BPM (Olaria) até a conclusão da investigação aberta pela PM.

A assessoria de comunicação da Polícia Civil informou na segunda-feira (20) que três dos quatro homens mortos durante a operação não tinham passagem pela polícia. Uma mulher também foi ferida durante o tiroteio.

Segundo a Polícia Civil, apenas um dos mortos tinha passagem pela polícia pelos crimes de tráfico de drogas, roubo e homicídio.

As armas usadas pelos PMs no dia da operação foram recolhidas para uma perícia da Polícia Civil. Na tarde de segunda-feira (20), a família de Julio César Coelho, de 21 anos, uma das vítimas do confronto, fez um protesto em uma das saídas da Avenida Brasil. Com faixas e cartazes, amigos e parentes estavam revoltados. Eles alegam que Julio César era estudante e trabalhava como atendente de uma rede de lanchonetes.

Segundo a PM, a manifestação durou poucos minutos e interrompeu apenas um dos acessos via, que leva à Cidade Alta.

Em nota oficial na segunda (20), a assessoria de imprensa da Polícia Militar informou que o comandante em exercício do 16º BPM, tenente-coronel Roberto Garcia, abriu um procedimento administrativo para apurar os fatos.

Testemunhas dizem que tiros foram disparados por PMs

No sábado à noite (18), Julio César estava na rua no conjunto, onde morava com a mãe, quando foi baleado. Ele morreu antes de chegar ao hospital. Os tiros, segundo testemunhas, teriam sido disparados por PMs.

Equipes do 16º BPM (Olaria) foram ao local verificar uma denúncia de que suspeitos estavam reunidos no local. O comando do 16º BPM informou que os policiais foram recebidos a tiros, e reagiram.

Depois da operação, a Polícia Militar chegou a informar que todos os mortos eram traficantes. No entanto, mais tarde, foi informado que três homens não tinham passagem pela polícia. A PM apreendeu três granadas, uma submetralhadora, duas pistolas, um revólver, um carregador de fuzil, além de crack, cocaína e maconha.

"Eu acho que a polícia deveria ter um pouco mais de cautela. Se o meu sobrinho tivesse envolvimento com o tráfico, eu não estava aqui, no enterro dele, falando de cara limpa com a imprensa", afirmou Juacir Brandão, tio de Julio César.

Fonte: Do G1 RJ
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir