Categoria Informativo  Noticia Atualizada em 11-10-2010

Revestimento de túnel para resgate é concluído no Chile
Trabalho acabou na madrugada desta segunda (11), dizem responsáveis. Subida dos operários à superfície pode começar na quarta-feira.
Revestimento de túnel para resgate é concluído no Chile
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O revestimento metálico do poço pelo qual os 33 mineiros presos no Chile subirão à superfície terminou na madrugada desta segunda-feira (11), de acordo com a empresa responsável.

Após a conclusão desse procedimento, será montada a plataforma de suporte da cápsula Fênix, por onde os mineiros serão içados.

O revestimento consiste em proteger com tubos metálicos o duto de 622 metros de profundidade por 66 centímetros de diâmetro.

Agora, devem ser necessários mais dois dias para a instalação da grua e a preparação da cápsula que transportará os mineiros pelo duto, segundo Laurence Golborne, ministro da Mineração.

Os mineiros ficarão presos na cápsula por cintos de segurança.

A cabine pode chegar à superfície em 12 minutos, mas o tempo estimado para cada resgate é de uma hora.

A cápsula tem luz no teto e quatro tanques de oxigênio estão disponíveis no chão. Durante a subida, os mineiros irão se comunicar com as equipes de resgate com microfones instalados no capacete. Eles também precisarão usar óculos escuros, porque estão há muito tempo sem ver a luz do dia.
O sobe-e-desce da cabine de resgate pode ser perigoso. Se as paredes do buraco não estiverem firmes, terra e pedras podem cair em cima de quem está sendo resgatado. Por isso foi decidido pelo revestimento do túnel na parte de cima, onde está mais instável.

"Vamos colocar um mineiro sozinho em uma cápsula estreita e fazê-lo subir num elevador como se fosse da base ao topo do Pão de Açúcar", disse neste domingo (10) o ministro da Saúde do Chile, Jaime Mañalich.

Mañalich disse que as maiores dificuldades da retirada são a profundidade e a inclinação (de dez graus) que há na subida – que tampouco tem uma superfície lisa. Tudo a uma velocidade de 1m/s.

Os riscos são de embolia pulmonar, nausea e vômitos. No contato com a superfície, o problema é a claridade. "Lá embaixo nós simulamos o dia, mas não é muita iluminação. É como um cinema. Aqui é muito mais iluminado."

Nas últimas horas antes de subir, os mineiros deverão se preparar com atividades físicas cardiovasculares e uma dieta especial para evitar que sintam náuseas durante o trajeto.

Jean Romagnoli, um dos médicos que integra a equipe de resgate, explicou nesta segunda-feira que um sistema de monitoramento dos sinais vitais será instalado na cápsula, para que os mineiros sejam monitorados diretamente durante a subida.

"O objetivo é que possamos ler as constantes vitais, para que eles mesmos façam o controle em tempo real de seus sinais vitais", acrescentou - o que, além da utilidade óbvia, dará aos mineiros algo para fazer e se concentrar, o que ajuda a reduzir a ansiedade e o medo.

A estrutura de resgate estará pronta desde segunda-feira (11), preparada para que a qualquer momento o primeiro mineiro saia.

Dois helicópteros, vagas nos hospitais e 150 pessoas de apoio estarão à disposição.

Conversas com as famílias
As famílias conversaram com os mineiros no sábado e no domingo.

"Eles choravam e se abraçavam" ao saber sobre a proximidade do resgate, contou à France Presse Alberto Segovia, irmão de Darío Segovia.

Alguns expressaram seu nervosismo com a etapa final de sua odisseia. "Ele está muito feliz, mas muito, muito nervoso", disse Alberto.

Carolina Narváez, esposa do mineiro Raúl Bustos, relatou que seu marido "está feliz, e a única coisa que quer é sair de lá".


Fonte: Giovana Sanchez * Do G1, na Mina San José
 
Por:  Wellyngton Menezes Brandão    |      Imprimir